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Lisboa: PCP rejeita que Câmara entregue Tapada das Necessidade a privados

O PCP condenou hoje a intenção da Câmara de Lisboa de entregar a exploração da Tapada das Necessidades a privados, considerando que a construção de equipamentos semelhantes aos existentes noutros espaços irá afetar as características de um "jardim histórico".

Lisboa: PCP rejeita que Câmara entregue Tapada das Necessidade a privados
Notícias ao Minuto

20:11 - 13/11/19 por Lusa

País PCP

"O PCP repudia e condena a opção da maioria na câmara de entregar, na prática, a Tapada das Necessidades a uma empresa que vai construir 'equipamentos' de forma semelhante a tantos outros espaços da cidade num Jardim Histórico Municipal, afetando todas as suas características e valores e condicionando fortemente o seu uso e fruição pela população local", é referido numa nota dos vereadores da autarquia da capital.

Na quinta-feira, na reunião privada do executivo autárquico, vai ser discutida uma proposta subscrita pelos vereadores com os pelouros do Planeamento e Urbanismo, Ricardo Veludo (PS), e do Ambiente e Estruturas Verdes, José Sá Fernandes (independente eleito pelo PS), para aprovar o pedido de licenciamento para "as obras de construção, alteração e ampliação no âmbito do 'Projeto de Reabilitação para a Concessão e Exploração do Conjunto de Edifícios Existentes na Tapada das Necessidades', na freguesia da Estrela.

Segundo a proposta, para uma área de intervenção de mais de 90 mil metros quadrados, prevê-se a demolição de algumas construções existentes e a construção de edifícios para concessão, organizados em três áreas: zona sul, zona centro e zona norte.

Nessas três zonas está prevista a construção de um quiosque com área de esplanada, um parque infantil, instalações sanitárias de apoio, restaurantes, um edifício multiúsos, além do edifício "Amigos da Tapada".

Na nota, o PCP adianta que irá votar contra a proposta, salientando que a Tapada das Necessidades é um dos mais importantes espaços verdes de propriedade municipal em Lisboa, com cerca de 10 hectares, remontando a 1742.

"Todo o arvoredo está classificado de interesse público, destacando-se algumas raridades, entre as quais a segunda mais importante coleção de catos da Europa", assinalam os comunistas, considerando que, com a proposta apresentada, "o que se pretende mais uma vez, é entregar a um privado a exploração de um jardim histórico e importante numa zona da cidade onde não existem praticamente espaços verdes".

O PCP não nega, contudo, a necessidade de reabilitar a Tapada, que se tem vindo a degradar ao longo dos anos, e lamenta "o seu abandono, a falta de instalações sanitárias e de bebedouros".

Contudo, é referido no comunicado, "não se vislumbra que esta intervenção vá ao encontro desta necessidade".

Os comunistas, que são representados na autarquia pelos vereadores João Ferreira e Ana Jara, criticam ainda o facto de todo o processo ter sido conduzido sem a participação dos moradores da zona, que são os principais utilizadores do espaço.

"Os impactes da instalação de um restaurante e de edifícios de apoio, com os seus acessos, redes de iluminação, comunicações, águas e esgotos, gás, gestão de resíduos sólidos, demolições e construções de apoio e suas periódicas operações de manutenção, são significativos e negativos tanto na fase de construção, como de exploração", lê-se na nota do PCP.

Além disso, os comunistas consideram ainda de "duvidosa utilidade" a construção de um auditório e classificam de "particularmente chocante que se proponha um centro interpretativo da Tapada, ao mesmo tempo que se promove a demolição de estruturas históricas e simbólicas deste espaço, como as do antigo Jardim Zoológico".

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