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Alegação de atriz e ativista brasileira não tem "qualquer fundamento"

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) disse hoje que a alegação da atriz e ativista Lucélia Santos sobre a posição de Portugal em relação ao movimento indígena brasileiro não tem "qualquer fundamento".

Alegação de atriz e ativista brasileira não tem "qualquer fundamento"
Notícias ao Minuto

16:09 - 06/11/19 por Lusa

País Santos Silva

A atriz e ativista brasileira Lucélia Santos classificou, na terça-feira, em Lisboa, como "muito frágil" e "indefinida" a posição do Governo português sobre o movimento indígena, afirmando que há uma orientação política de não apoio por causa dos interesses comerciais portugueses no Brasil.

"O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal não dá 'orientações' sobre como lidar com movimentos sociais, organizações não-governamentais, partidos políticos ou quaisquer atores sociais, políticos ou cívicos relevantes agindo no espaço público e institucional interno a um Estado terceiro", disse à agência Lusa fonte do gabinete do ministro Augusto Santos Silva.

Lucélia Santos, fundadora do Coletivo Alvito, em defesa da Amazónia, falava durante uma conferência de imprensa conjunta com a líder indígena Sonia Guajajara, que visitou Portugal no âmbito de uma digressão europeia da campanha "Sangue Indígena, Nenhuma gota a mais", que vai passar por 12 países e 18 cidades europeias em 35 dias.

Na altura, Lucélia Santos que se tornou conhecida em Portugal pelo seu papel na telenovela "Escrava Isaura", adiantou que terá sido esta orientação política a inviabilizar uma audiência da líder indígena com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

"A postura do Governo português é muito frágil e indefinida em relação ao movimento. Pedi para [Sonia Guajajara] ser recebida pelo [Presidente] Marcelo e há uma empatia pela causa indígena, mas há uma orientação do Ministério das Relações Exteriores [Ministério dos Negócios Estrangeiros] para não apoiar, porque há interesses comerciais preponderantes", disse.

Questionada pela agência Lusa sobre se a existência dessa orientação lhe foi transmitida no contacto que manteve com a Presidência da República, a atriz adiantou que "ficou claro".

"Eles não querem uma posição igual, por exemplo, à que a França tomou, de confronto com o Governo Bolsonaro, e acho que a embaixada do Brasil aqui teve um peso muito grande nessa negativa", sustentou.

Para o MNE, esta alegação "carece de qualquer fundamento".

"As relações bilaterais são relações Estado a Estado, nas quais -- no plano das competências do MNE -- os interlocutores são os ministérios ou departamentos equivalentes de outros Governos ou Administrações", disse a mesma fonte.

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