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Menino de 13 anos perde memória após 'cachaços' em treino de futebol

Pai da criança contou o que se passou ao Notícias ao Minuto.

Menino de 13 anos perde memória após 'cachaços' em treino de futebol

Uma criança de 13 anos ficou sem memória e foi transportada pelos Bombeiros ao Hospital de Penafiel após um treino no Sport Clube Freamunde, revela o pai, Américo Nogueira, ao Notícias ao Minuto. Tudo aconteceu na passada segunda-feira de manhã, durante um treino. 

Américo Nogueira relata que deixou o filho no clube onde, naquela manhã, os jovens começaram por ter uma palestra. Seguiu-se um exercício de futebol denominado 'meinho' - onde um jogador no meio tenta tirar a bola aos outros em círculo à sua volta - tendo sido aqui que ocorreram as agressões na zona do pescoço.

"Primeiramente [o treinador] não disse que havia castigo, era só lá estarem no 'meinho'. A seguir começou a dizer que se dessem cinco toques havia 'cachaços' ligeiros, se fizessem 10 toques eram 'cachaços' normais", conta o pai. 

"O meu filho não deu porque não gosta disso. Até foi mais do que um ao meio mas ele não deu. Mas até calhou praticamente [ele] estar ao meio", afirma, acrescentando que, na última ronda, o treinador disse que se dessem 25 toques seguidos, "são 'cachaços' até sair a pele".

Américo considera que o treinador poderá ter usado esta expressão "na brincadeira" mas, seguidamente, acabou mesmo por haver mais 'cachaços'. "Os três últimos miúdos que tinham de dar do grupo - eram 6 ou 7 - já não deram porque ele [o filho] não aguentou".

A criança terá começado a chorar e, na opinião do pai, como forma de o 'consolar', o treinador disse-lhe para escolher as equipas: "O meu filho escolheu as equipas e não se lembra. Hoje ainda não consegue dizer o nome de uma criança que tenha escolhido. Não se lembra do resto do treino e só se lembra de acordar no hospital". 

Américo Nogueira foi alertado por uma chamada do clube. Quando chegou ao local, o menino "estava há 10 minutos deitado na maca, inanimado, a não dizer coisa com coisa." Ninguém disse o que se tinha passado para a criança estar naquele estado: "Quando os Bombeiros chegaram também não passaram a informação [que tinha sido dos 'cachaços']. Quando levantaram o miúdo da maca [do clube] para passar para a dos Bombeiros ficámos todos estupefactos com o pescoço todo pisado".

O menino foi para o Hospital e teve alta no mesmo dia: "Isto ocorreu às 9h40 e era por volta das 2 horas da manhã quando teve alta". Fez um raio-x, fez uma TAC à cervical e outra à cabeça.

Américo diz que o filho não irá voltar ao clube "por causa do treinador", sobretudo depois da decisão do Freamunde de o manter em funções, considerando que tudo não passou de uma "situação normal"

Foi apresentada uma queixa na GNR de Lousada e são agora precisas testemunhas para o caso prosseguir. "O problema é que está tudo com medo de os filhos serem prejudicados".

Ao Notícias ao Minuto tentou chegar à fala com o Presidente da Formação do Freamunde mas não foi possível estabelecer contacto. Contudo, o clube publicou, esta sexta-feira de manhã, um comunicado no Facebookdivulgando que vai abrir um inquérito

O Notícias ao Minuto contactou ainda a GNR de Lousada que remeteu a questão para o Comando da GNR do Porto. Após várias tentativas, ainda não foi possível falar com o Departamento de Relações Públicas.

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