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"Batalha" de Vítor é cuidar dos 5 filhos. 'Bora Lá Ajudar' este pai-herói

O maior desejo da família é conseguir arrendar uma casa maior e com melhores condições, de acordo com o bolso de Vítor.

"Batalha" de Vítor é cuidar dos 5 filhos. 'Bora Lá Ajudar' este pai-herói

Há cerca de três anos, a vida de Vítor Barbosa deu uma reviravolta. A mulher, mãe dos seus cinco filhos, deixou-o quando ele estava emigrado na Bélgica a trabalhar para sustentar a família.

Pouco depois, os filhos, que ficaram a cargo da mãe e do novo namorado foram institucionalizados, alegadamente, devido a maus tratos.

Vítor, de 46 anos, não teve dúvidas sobre o que devia fazer. Fez as malas e regressou ao Marco de Canaveses para recuperar a sua “princesinha” Margarida, de apenas seis anos, e os seus quatro irmãos, Afonso de oito, os gémeos Pedro e Vítor, de 13, e Luís, de 14.

Só que cuidar de cinco crianças sozinho e sem emprego não é fácil. O valor do abono de família, o subsídio de desemprego e os biscates que Vítor faz “aqui e ali” não chegam para tudo. A família tem sobrevivido graças à caridade alheia e de doações.

As dificuldades chegaram a ser tantas que o condutor manobrador contou ao Notícias ao Minuto que chegou a passar fome para poder dar aos filhos. “Sim tirei da minha boca para dar aos meus filhos porque eles são a coisa que eu amo muito neste mundo”, desabafa.

Eu não perdi a esperança, eu batalho. Remei durante quase três anos, vou remar até ao fim da minha vidaMas a vida parece estar a melhorar. Desde que a família foi ao programa da TVI ‘A Tarde é Sua’, apresentado por Fátima Lopes, que uma onda de solidariedade inundou a casa de Vítor.

“São coisas a chegar, a chegar, a chegar. Graças a Deus têm me ajudado e a ajuda vem de todo o mundo”, revela emocionado, acrescentando que tem recebido roupas, alimentos, dinheiro e até já disponibilizaram consultas de oftalmologia e óculos gratuitos para todos os filhos e para ele próprio.

A ajuda dos que se emocionaram com a história da família natural do Marco de Canaveses também está a reverter para adquirir uma carrinha de sete lugares para Vítor levar os filhos a passear, a consultas e até à escola. Esta sexta-feira, o “pai-herói”, como já é apelidado por muitos, vai confirmar se já tem dinheiro suficiente. Se tiver, vai logo a Fátima, com os filhos, cumprir uma promessa.

“Vamos a Fátima no fim de semana logo a seguir, logo que a tenha [a carrinha] arranco”, diz crente.

Mas milagre, milagre, admite Vítor, seria ter uma casa maior, com mais condições, mas com uma renda acessível à sua carteira. Os filhos dormem todos no mesmo quarto e a “princesinha”, como trata Vítor a filha Margarida, dorme com o pai.

Neste momento o que peço a Deus é uma casa maior para meter tudo o que nos estão a dar e para os meus filhos terem mais espaço. Por mim até era primeiro a casa e depois a carrinha, mas está muito difícil. As rendas estão muito caras e eu não vou tirar da boca dos meus filhos para pagar uma renda cara”, explica.

Mas Vítor ainda não perdeu a esperança. “Mesmo que tivesse que pagar mais 20 ou 30 euros, mas não há casas acessíveis para alugar. Eu não perdi a esperança, eu batalho. Remei durante quase três anos, vou remar até ao fim da minha vida”, sublinha.

E a remar o barco vai se mantendo à tona. Uma prima de Vítor criou, juntamente com uns amigos, um grupo de ajuda à família nas redes sociais. No ‘Bora Lá Ajudar... Um carro e seis maravilhosos sorrisos’ são às dezenas as ofertas e doações de pessoas que ficaram sensibilizadas com a história da família.

Nos próximos dias, há até vários eventos e concertos de solidariedade para ajudar Vítor e os seus cinco filhos. Vítor não tem palavras para descrever os últimos dias, mas sabe que a ajuda é temporária.

“Não sei como é que hei-de agradecer às pessoas que me ajudaram. Não tenho palavras para isso. Hei-de arranjá-las um dia, mas não sei quando. Estou muito feliz, mas gostava mesmo de conseguir arrendar outra casa. Gostava de ter um emprego, claro que tinha de ser de acordo com os horários dos meus filhos, porque os meus filhos não têm que os vá levar e buscar à escola, e eu não os vou abandonar”, confessa emocionado.

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