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Associação alerta para consequências da exploração de minas a céu aberto

A associação ambientalista Campo Aberto, no Porto, que organizou na quarta-feira um debate sobre exploração de minas a céu aberto, alertou para as consequências "difíceis de mitigar" desta situação.

Associação alerta para consequências da exploração de minas a céu aberto
Notícias ao Minuto

07:06 - 10/10/19 por Lusa

País Minas

"O que nos preocupa é que, neste caso, tudo indica, a fazer-se uma exploração intensiva, o território será maltratado e será difícil de mitigar as consequências", afirmou em declarações à Lusa o presidente da associação Campo Aberto, José Carlos Marques.

Na sessão, que reuniu cerca de 40 pessoas na sala da associação Campo Aberto, o professor e geólogo Carlos Leal Gomes, que estuda há vários anos as jazidas de lítio em Portugal, salientou que a exploração de minas a céu aberto, motivada pela extração de lítio, gerou "pela primeira vez um paradigma no país" sobre o tema.

"Pela primeira vez, em Portugal, fala-se da exploração a céu aberto (...), mas, no nosso país, temos de ter em conta um fator limitante que é o impacto territorial e reativo que estas minas podem vir a ter", frisou.

Durante a sua comunicação, Carlos Leal Gomes apresentou vários exemplos de minas de lítio internacionais e alertou, sobretudo, para a necessidade de em Portugal os decisores políticos não se "esquecerem" de considerar o "impacto territorial" antes de cederem autorização para a exploração.

"E quando se der a primeira autorização, o que vai acontecer depois? O que não pode acontecer é não ser considerado o impacto territorial (...). Dizem que não há impacto negativo, mas não é verdade, vai haver. Pode resolver-se, mas é preciso dizer que está lá", referiu, afirmando-se um "defensor da atividade extrativa", mas preocupado com a criação de minas a céu aberto em Portugal.

Por outro lado, a representante do Movimento de Resistência à Mineração na Serra de Argemela descreveu aquela que tem sido "uma luta sem fim" contra a construção de uma mina a céu aberto que teve início em 2017, aquando da publicação de um pedido de atribuição de concessão por parte de uma empresa privada.

"Já me cansei de lutar porque ando nisto há três anos, e quando começamos a perceber a rede de interesses que está por detrás, por vezes, até temos medo de continuar a lutar", afirmou Maria Mendes.

Também Renata Almeida, representante do Movimento Contramineração da Beira Serra, considerou que "o mundo rural tem sido um terreno fértil" para a exploração, defendendo ainda o fim do "assédio ao interior".

"Esta febre de mineração não é um bem, porque está fora do tempo e do lugar, não é aceitável no nosso tempo a destruição ambiental e poluição ambiental (...) e no lugar, porque é um modelo consumista e extensionista", concluiu.

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