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Alunos reprovados enquanto não há decisão para seguirem ensino individual

Trinta e seis alunos inscritos numa escola pública do 1.º ciclo em Matosinhos, mas a frequentar o ensino individual numa escola privada, estão "quase todos reprovados por faltas", por não haver decisão sobre esta modalidade de ensino, foi hoje anunciado.

Alunos reprovados enquanto não há decisão para seguirem ensino individual
Notícias ao Minuto

06:51 - 09/10/19 por Lusa

País Educação

As crianças, com idades entre os 6 e os 10 anos, estão a frequentar o 1.º ciclo na Scholé, mas essa escolaridade poderá não lhes ser reconhecida porque o pedido de ensino individual ainda não foi apreciado, nem atribuída a licença.

A diretora da escola privada, Ana Barrocas, adiantou que os alunos foram "compulsivamente" inscritos numa escola do concelho e estão a ter faltas até à data em que vier a decisão sobre o pedido de inscrição nesta modalidade.

"Inscritos sem o conhecimento, nem aval dos pais", disse a diretora, notando que já "quase todos reprovaram por faltas", situação que agora os encarregados de educação vão contestar juridicamente.

Há três anos, um grupo de pais criou a escola privada Scholé, em Matosinhos, distrito do Porto, baseada num modelo pedagógico que, por exemplo, não usa manuais escolares nem tem disciplinas, explicou a diretora à saída de uma reunião com a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), no Porto. No local, a DGEstE não prestou esclarecimentos.

Ana Barrocas adiantou que a Scholé licenciou a valência de pré-escolar, mas não a de 1.º ciclo, por não haver enquadramento legal neste modelo pedagógico.

A diretora adiantou que durante estes três anos os pais das crianças que frequentam a escola conseguiram sempre matriculá-las na modalidade de ensino individual -- que significa que o aluno é apoiado individualmente por um professor diplomado, mas fora de uma instituição de ensino -- mas, em fevereiro último, após uma "alteração legislativa nesta valência", a Scholé encetou, junto da Secretaria de Estado da Educação e da câmara local, contactos para licenciar a escola para o 1.º ciclo, o que nunca conseguiu.

Em agosto, após diligências, a Scholé apresentou e submeteu um processo de licenciamento para o 1.º ciclo que foi indeferido por não cumprir as mesmas características de uma escola tradicional e, mesmo após a entrega de alternativas, continuou a ser chumbado.

"A direção-geral diz que o nosso edifício não tem condições para algum dia ter licenciamento, mas o parecer é vago. Diz que não temos recreio de jogos, que não temos espaços exteriores com o dobro do tamanho, que não temos espaço de recreio coberto, mas não diz qual a legislação que suporta isso, diz que não cumprimos a lei das acessibilidades, nem a de proteção contra incêndios, mas não refere em que pontos", continuou Ana Barrocas.

Referindo que a lei prevê a atribuição de um alvará provisório para a escola funcionar enquanto corrige o que está estabelecido, a diretora frisou que não lhes é dada essa possibilidade, tendo sabido desse indeferimento há uma semana, depois do arranque das aulas.

Por isso, os pais vão enviar à tutela um pedido para que esta considere as suas instalações à "luz do que está escrito na lei" e lhes atribua um alvará provisório, identificando as alterações a fazer e o tempo para as realizar, revelou.

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