Descarga nas margens do rio Tinto em Gondomar em investigação
A rede de saneamento de Gondomar registou hoje uma descarga de concentrado de detergente de origem desconhecida, situação reportada às autoridades para investigação, indicou a autarquia local e a empresa de águas.
© Global Imagens
País Ambiente
Contactada pela agência Lusa, a empresa Águas de Gondomar confirmou que foi registada uma "descarga de substâncias tensioativas, tais como detergentes e derivados", mas garantiu que a situação foi controlada no interior da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do Meiral.
"Apesar da grande quantidade de espumas formada, foi possível assegurar a sua contenção no interior do recinto da ETAR", refere resposta da empresa.
A situação ocorreu a montante da ETAR do Meiral, concelho de Gondomar, distrito do Porto, ou seja, perto das margens do rio Tinto.
A Câmara de Gondomar publicou, sobre uma situação que descreve como "ato de vandalismo" e "crime ambiental", uma nota no seu 'site' oficial, avançando que a ocorrência foi reportada às autoridades e à Agência Portuguesa do Ambiente.
"A Câmara de Gondomar está atenta e lamenta este ato que pretende manchar o projeto de intercetor do rio Tinto, que permitiu, num projeto conjunto dos municípios de Gondomar e do Porto, revitalizar as margens, devolvendo-as à população, tratar o leito, e unir o centro de rio Tinto ao rio Douro e ao Freixo, atravessando o parque Oriental do Porto e permitindo ligar quer ao percurso do Polis de Gondomar quer à marginal do Porto até à Ribeira", lê-se na publicação.
Já a Águas de Gondomar descreveu, à Lusa, que foi feita a limpeza das espumas, bem como recolhidos efluentes para controlo analítico com vista "a tentar perceber a natureza dos produtos indevidamente lançados na rede pública, bem como a eventual deterioração causada pelo mesmo ao nível da qualidade do processo de tratamento".
A empresa soma às diligências e organismos citados pela Câmara de Gondomar, o envio de uma denúncia ao Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA).
"A grande extensão da rede pública de coletores e emissários torna possível e imprevisível a realização de descargas pontuais, de curta duração, a qualquer hora do dia ou da noite, sem deteção e identificação dos infratores", lamenta a Águas de Gondomar.
A prevenção, segundo a empresa, passa também pela sensibilização da população para "a pronta recolha de informação e denúncia de situações que pareçam suspeitas, e que possibilitem a tomada de medidas antes desses efluentes entrarem na ETAR", prevendo-se também "a atuação das autoridades relativamente aos infratores que venham a ser confirmados".
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