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O que se escreve lá fora sobre as eleições por cá?

Os meios internacionais acompanharam as eleições legislativas em Portugal. Sublinharam a maior folga neste triunfo, mas também referiram a necessidade de António Costa em reeditar a Geringonça ou fazer novas alianças.

Notícias ao Minuto

08:35 - 07/10/19 por Notícias ao Minuto

País Eleições Legislativas

As eleições legislativas portuguesas foram seguidas pela imprensa estrangeira. Em diversos meios internacionais é possível encontrar notícias sobre a vitória do PS neste escrutínio, com os jornais e sites internacionais a darem ênfase ao facto dos socialistas não terem conseguido a desejada maioria absoluta. 

Lá fora, já se fala então na necessidade de António Costa reeditar a Geringonça ou formar novas alianças. 

No país vizinho, o El País salienta que "Costa ganhou as eleições". Mas realça que PCP e Bloco descartam "uma reedição da Geringonça". 

Já o El Mundo destaca a vitória socialista sem maioria, mas também a eleição de André Ventura do Chega. "A extrema-direita irrompe pelo Parlamento português", pode ler-se. O meio espanhol refere que Portugal perdeu o estatuto como o único país da Europa do Sul que não tinha a extrema-direita num órgão legislativo. 

O correspondente em Lisboa do diário escreve um segundo artigo para realçar "o triunfo de um animal político astuto e irascível", António Costa, que "conseguiu reduzir o défice e uma tímida recuperação da economia" com uma governação "pragmática", sem estar "limitado por um compromisso com as ideias de extrema-esquerda".

Por seu lado, o ABC destaca a "Abstenção recorde em Portugal, numas eleições que ganha Costa sem maioria absoluta", sublinhando a "apatia" dos quase 11 milhões de eleitores convocados.

O jornalista também considera que a "fragmentação não beneficiou em nada a Direita, que não soube" aproveitar o facto de Rui Rio ter conseguido "superar" António Costa num debate televisivo.

O La Razón também sublinha que "Os socialistas revalidam a maioria depois de uma abstenção recorde", com António Costa a "roçar" a maioria absoluta e a poder governar a partir de agora com apenas um dos seus aliados de Esquerda.

O diário catalão La Vanguardia sublinha que "Costa consolida-se em Portugal com uma vitória muito clara" em que o líder socialista se "perfila" como o próximo primeiro-ministro do país, depois do aumento de votos no seu partido e o "colapso" da direita.

Numa página interior, o jornal explica que os socialistas "superam" a soma de votos da direita e António Costa poderá agora governar "com o apoio do BE, mas sem os comunistas".

Vitória previsível do PS e a importância do PAN

Na Alemanha, o Suddeutsche Zeitung destaca a vitória do PS de António Costa "no antigo país da crise do euro".

A agência de notícias francesa, a AFP, distingue António Costa como um "estratega refinado" e atribui o resultado dos socialistas à "espetacular" retoma económica depois dos anos "drásticos" de austeridade", relatando a vitória dos socialistas nas urnas.

Na véspera das eleições, muitos jornais franceses já apontavam para uma vitória certa do Partido Socialista, tentando contextualizar esta potencial vitória eleitoral contrastando o cenário português com a queda da esquerda em França, nomeadamente do Partido Socialista francês.

O enviado especial do jornal Libération dá conta do "sucesso" dos últimos quatro anos de governação que deu vantagem ao PS nas urnas, mas também nas mudanças na Assembleia da República com a estreia "tímida" da extrema-direita num assento parlamentar depois do fim da ditadura.

"Ao sair destas eleições, Portugal caracteriza-se fundamentalmente como um país de Esquerda e moderado", lê-se no quotidiano francês, que dá ainda conta da subida "espetacular" do PAN com muita popularidade "junto dos jovens".

Já a Radio France Internationale diz que a única certeza nos pós-eleições é que "os grandes vencedores" foram os socialistas, mas há uma geometria variável a ter em conta para os próximos anos de governação, já que o PS não chegou à maioria absoluta e vai precisar de aliados para aprovar as suas medidas.

A frase de António Costa sobre os portugueses gostarem da geringonça também está a ser incluída em curtos vídeos que os jornais têm estado a difundir sobre as eleições nacionais, aparecendo nomeadamente no jornal Le Figaro.

O francês Le Monde fala num "triunfo da Esquerda". 

A subida da abstenção em Portugal é também motivo de preocupação nos jornais franceses que dão conta do recorde de 45,5% dos eleitores portugueses que não se deslocaram às urnas.

O The Guardian destaca igualmente a vitória socialista sem maioria absoluta, sublinhando que este resultado "contraria uma tendência europeia" para rejeitar partidos de centro-esquerda. Aponta ainda para a importância do PAN, que poderá apoiar o Governo socialista se este incluir algumas promessas ambientalistas. 

Nas páginas da edição impressa, o britânico The Times admite que o PAN pode tornar-se no fiel da balança se o Governo rejeitar as condições impostas pelo Bloco de Esquerda e do PCP de aumentar o salário mínimo para 800 euros.

"As sondagens durante a campanha sugeriam que os socialistas estavam a encaminhar-se para uma maioria. No entanto, o partido foi afetado por escândalos incluindo uma polémica sobre nepotismo e o alegado envolvimento de um antigo ministro da Defesa no encobrimento de informação" no caso Tancos, refere o jornal.

Também a BBC dá destaque ao facto de o PS não ter atingido a maioria absoluta, realçando que primeiro-ministro, António Costa, entendeu como um sinal da vontade dos eleitores de que o seu partido mantenha o pacto com o Bloco de Esquerda (BE) e a CDU.

Porém, acrescenta, "enquanto que a extrema esquerda pede mais investimentos em serviços públicos, espera-se que Costa renove o seu compromisso de cumprir as regras orçamentárias da zona do euro".

Os brasileiros Folha de São Paulo e O Globo descrevem a vitória socialista como expressiva. 

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