Concluído o apuramento dos resultados das eleições legislativas no distrito, o PS assegurou a eleição de nove deputados (mais dois do que 2015, ano em que teve 145.302 votos).

PSD e CDS-PP, que em coligação tinham obtido 95.659 votos e cinco mandatos em 2015, ficaram-se nestas legislativas pelos 68.563 votos no total, mas apresentaram candidaturas individuais - O PSD ficou com 56.860 e três mandatos, e o CDS-PP com 11.703.

O maior derrotado é o CDS-PP, que perdeu o único deputado eleito no distrito, Nuno Magalhães.

"Reconheço que foi um mau resultado, pelo qual assumo total responsabilidade. Cumpre ao CDS-PP fazer uma análise mais fria destes resultados através dos órgãos próprios e começar a preparar as próximas eleições autárquicas", disse à agência Lusa Nuno Magalhães, pouco depois de saber que não tinha sido eleito para um novo mandato como deputado à Assembleia da República.

A CDU também averbou uma derrota num dos distritos em que tem maior influência, ao passar de quatro para três deputados eleitos.

No plano inverso, além do PS, o PAN também celebra a vitória em Setúbal, dado que garantiu a eleição do primeiro deputado pelo distrito, Maria Cristina Pacheco Rodrigues.

Globalmente, no que respeita ao número de deputados eleitos para a Assembleia da República, as legislativas de 2019 ditaram a eleição de nove parlamentares para o PS, três para a CDU, três para o PSD, dois para o BE e um para o PAN.

Ana Catarina Mendes, Eduardo Cabrita, Eurídice de Sousa Pereira, João Galamba, Ricardo Mourinho Félix, Catarina Rosa da Silva, Maria Antónia Santos, Filipe Pardal Pacheco e André Batista são os nove deputados eleitos pelo PS.

Francisco Lopes e Paula Guerreiro Santos Barbosa (CDU), Nuno Oliveira de Carvalho e Fernando Negrão (PSD), Joana Mortágua e Sandra Mestre da Cunha (BE), e Maria Cristina Rodrigues (PAN) são os outros deputados a representar o círculo eleitoral.

O Chega (1,93%), o Livre (1,23%) e o Iniciativa Liberal (1,05%) são os partidos que se seguem ao CDS nas eleições legislativas de domingo. Os restantes partidos ficaram abaixo de 1%.

Depois de há quatro anos a percentagem de votantes no distrito ter sido de 58,33%, este ano a taxa foi de 53,64%.

O distrito de Setúbal é uma região com duas realidades distintas, mais desenvolvido a norte do rio Sado e com características mais rurais em três dos quatro concelhos do litoral alentejano que lhe pertencem, Alcácer do Sal, Grândola e Santiago do Cacém.

Segundo dados de 2015 reunidos no portal de análise de dados estatísticos EyeData, globalmente, os 13 concelhos do distrito de Setúbal, que estão distantes dos salários praticados na margem norte do rio Tejo, apresentavam nesse ano um poder de compra 'per capita' de 99,98 e, em 2016, um rendimento médio de 1.188,36 euros.

Com uma população média de 852.126 habitantes em 2018 (contra 718.217 nos Censos de 2011), o distrito é reconhecido como uma das zonas do país mais interessantes para o investimento, pelas boas vias de comunicação e infraestruturas portuárias de que dispõe - Sines e Setúbal.

Em 2011, 33,76% da população com mais de 15 anos tinha completado pelo menos o ensino secundário.

Num distrito que em 2018 apresentava uma taxa de desemprego de 5,28%, segundo o EyeData, estão dois dos maiores exportadores nacionais, a Navigator e a Autoeuropa, que representam cerca de 2,6% do Produto Interno Bruto, conforme indica o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em 2017, havia 9,87 empresas não financeiras por 100 habitantes (9,9 em 2015), um número inferior aos 12,08 da média nacional.

Por estarem integrados na Área Metropolitana de Lisboa, os nove concelhos da península de Setúbal - Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal - não beneficiaram de apoios financeiros dos últimos quadros comunitários de apoio, ao contrário do que acontece com os outros quatro concelhos do distrito no litoral alentejano - Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines.

Em franco crescimento no distrito, neste caso incluindo também o litoral alentejano, está o setor do turismo, que mais do que duplicou o número de alojamentos turísticos, de 71 em 2013 para um total de 174 em 2017. No mesmo período, o número de hotéis aumentou de 33 para 37 e o número de camas, em todos os alojamentos turísticos, subiu de 9.828 para 14.541.