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Autarca de Barcelos diz que suspeita de que é alvo chega "a ser ridícula"

O presidente da Câmara de Barcelos, em prisão domiciliária no âmbito da Operação Teia, considera ser alvo de uma suspeita que "chega até a ser ridícula" e manifesta-se convicto de que o processo "nem irá a julgamento".

Autarca de Barcelos diz que suspeita de que é alvo chega "a ser ridícula"
Notícias ao Minuto

13:40 - 03/10/19 por Lusa

País Barcelos

Numa comunicação que fez ler na última Assembleia Municipal, e a que a Lusa teve hoje acesso, Miguel Costa Gomes (PS) diz que as suspeições "cairão como um castelo de cartas" e faz um duro ataque ao sistema judicial, sobretudo ao Ministério Público, acusando-o de, servindo-se da "voracidade informativa instantânea", atuar de uma forma "persecutória" em relação à classe política, para "mostrar serviço" no que toca ao combate à corrupção.

Miguel Costa Gomes está em prisão domiciliária desde 03 de junho, indiciado dos crimes de corrupção passiva e de prevaricação, no âmbito da operação Teia.

Na comunicação lida na Assembleia Municipal, o autarca de Barcelos sublinha que é muito reduzida a taxa de processos por corrupção que resultam numa acusação por parte do Ministério Público e socorre-se de recentes declarações do líder do PSD, Rui Rio, para condenar os julgamentos "nas tabacarias e nos ecrãs de televisão".

"É absolutamente inadmissível", refere Costa Gomes.

Em relação às suspeições de que é alvo, e que levaram à aplicação da medida de coação de prisão domiciliária, com vigilância eletrónica, o autarca classifica-as de "infundadas", "completamente insustentáveis" e "ridículas".

Segundo descreve, é suspeito de ter beneficiado a empresária Manuela Couto a troco de favores políticos por parte do marido, Joaquim Couto, ex-presidente da Câmara de Santo Tirso.

Especifica que é suspeito de, em troco do benefício à empresária, ter tido o apoio de Joaquim Couto para eleger Manuel Mota como presidente da concelhia de Barcelos do PS, para obter o número de telemóvel do secretário de um secretário de Estado e para ganhar uma eventual corrida à liderança da Federação Distrital de Braga do Partido Socialista.

"Em rigor, é nada", sublinha Costa Gomes.

Acusou ainda o juiz de instrução criminal de lhe ter sugerido, "de forma implícita", que renunciasse ao cargo de presidente da Câmara, aquando do interrogatório que culminou na aplicação da medida de coação de prisão domiciliária.

Uma sugestão que o autarca rejeitou, por considerar que "o poder judicial não pode desfazer a vontade dos cidadãos expressa nas urnas".

O juiz proibiu ainda Costa Gomes de contactar com os funcionários municipais.

No entanto, o autarca continua a governar o município a partir de casa, mantendo-se, como vinca na comunicação enviada à Assembleia Municipal, "em plenas funções".

Na operação Teia, e além de Costa Gomes, são ainda arguidos o entretanto demissionário presidente da Câmara de Santo Tirso, Joaquim Couto, que ficou em liberdade mediante o pagamento de uma caução de 40 mil euros, e a mulher, a empresária Manuela Couto, que ficou em prisão domiciliária.

O outro arguido é o ex-presidente do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto Laranja Pontes, que também ficou em liberdade mediante caução de 20 mil euros, e com suspensão das funções que exercia.

Laranja Pontes reformou-se entretanto.

O processo está relacionado com alegados favorecimentos às empresas de Manuela Couto por parte do município de Barcelos e do IPO/Porto, a troco de favores políticos conseguidos por Joaquim Couto.

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