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Mais de 30 associações defendem direito à habitação em concentração

Mais de 30 coletivos com intervenção na área da habitação promovem, no domingo, uma concentração na Avenida da Liberdade, em Lisboa, que funcionará como uma assembleia de "microfone aberto" para discutir a "mudança" nas cidades, avançou hoje a organização.

Mais de 30 associações defendem direito à habitação em concentração
Notícias ao Minuto

16:38 - 27/09/19 por Lusa

País Habitação

"Convidamos as pessoas a aparecerem, porque é fundamental estarmos juntos e mostrarmos o descontentamento daquilo que têm sido as políticas de habitação, que continuam sem servir as necessidades da população que arrenda e que não tem casa", afirmou Rita Silva, do coletivo Habita, em declarações à agência Lusa.

Agendada para domingo, às 15:00, na Avenida da Liberdade, a concentração é o culminar do festival HabitACÇÃO, que durante o mês de setembro ofereceu "uma programação com mais de 40 atividades", no âmbito da luta pelo direito à habitação.

"O festival não é o fim, é o início de um novo processo de luta pela cidade e pela habitação", reforçou Rita Silva, explicando que a concentração pretende ser uma assembleia de movimentos no espaço público para identificação de problemas e organização de novas iniciativas sobre a habitação nas cidades.

"Queremos sair desta assembleia com novas propostas e com novas ações marcadas", disse a porta-voz dos "mais de 30 coletivos" que organizaram a concentração, indicando que o manifesto "Somos casa, bairro, cidade!" foi o ponto de partida para que estes grupos se juntassem.

Registando-se o aparecimento de "cada vez mais grupos", seja de moradores em diferentes bairros, seja de associações, grupos culturais e artísticos, preocupados com a questão da habitação, a concentração visa uma atuação "mais unida e mais articulada" entre todos.

Com símbolo da luta pelo direito à habitação, a iniciativa do festival HabitACÇÃO está a distribuir bandeiras amarelas para serem penduradas nas janelas ou nas varandas, em que se lê "Subir os salários. Baixar as rendas. Parar os despejos!".

"Três coisas fundamentais para esta sociedade poder viver dignamente", considerou a responsável pela organização da concentração, referindo que Portugal é um dos países da Europa em que os salários são mais baixos, em que, "praticamente, 1/4 da população trabalhadora recebe o salário mínimo", as rendas são "galopantes" e existe o problema dos despejos.

Contabilizando "quase um milhar de bandeiras" impressas, Rita Silva espera que a mensagem seja integrada na paisagem das cidades, sobretudo na Área Metropolitana de Lisboa, adiantando que "tem havido muita procura e já esgotou várias vezes".

"É uma forma de dar visibilidade a um problema e de dar um sinal político muito claro, sobretudo queremos é dar um sinal político ao novo governo, [...] queremos que o novo governo já veja estas bandeiras amarelas penduradas à janela", declarou.

Sobre quantas pessoas são esperadas na concentração de domingo, a responsável pela organização perspetivou "muita gente", lembrando que, em 2018, participaram "cerca de 2.500 pessoas" na manifestação pelo direito à habitação em Lisboa.

"Desta vez, não é uma manifestação, ainda não é uma manifestação, não quer dizer que, mais lá para frente, não queiramos organizar também uma manifestação, mas será uma concentração com bastante gente", apontou Rita Silva, frisando que a concentração, com "microfone aberto" para todas as pessoas, pretende "discutir o presente e, sobretudo, o futuro".

Em termos de propostas, os coletivos têm consensualizado sobre "parar os incentivos à especulação", nomeadamente os 'vistos gold', os residentes não habituais e as isenções aos fundos de investimento imobiliário, "regular e baixar o preço das rendas e dar estabilidade aos contratos do arrendamento", assim como "mais dinheiro público para habitação pública" para travar "esta onda de especulação que galga pelas cidades".

Além disso, "parar os despejos, porque esse é o grande problema, é as pessoas que estão a perder a casa e que não têm alternativas, as pessoas que não conseguem encontrar alternativas de habitação".

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