Agrupamento de escolas em Gaia "pode recorrer a bolsa de funcionários"
O Ministério da Educação reiterou hoje que o Agrupamento Escolar de Canelas, concelho de Vila Nova de Gaia, que ameaça fechar 11 escolas por falta de assistentes operacionais, pode recorrer à bolsa de funcionários.
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País Governo
Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, o gabinete de Tiago Brandão Rodrigues apontou que "as escolas podem recorrer à bolsa, assim que tenham concluído o processo de contratação dos funcionários a tempo indeterminado que lhe foi atribuído".
"Esta bolsa permite subsistir as ausências sempre que essas ausências comprometam o rácio", lê-se na resposta da tutela que acrescentou que sobre o agrupamento de Canelas que este "viu o seu corpo de funcionários reforçado no concurso que autorizou a contratação de 1067 funcionários, estando o processo de contração, por parte da escola, em curso".
"A escola foi autorizada a contratar mais dois funcionários a tempo indeterminado, vínculo permanente", acrescenta o Ministério.
Mas, de acordo com o diretor, Artur Vieira, é necessária a colocação de "pelo menos mais oito" funcionários, contando que tem atualmente 14 auxiliares ausentes por baixa, aposentação ou mesmo devido a um desaparecimento.
O diretor do Agrupamento Escolar de Canelas revelou hoje à agência Lusa que na quarta-feira terá de fechar por falta de funcionários 11 escolas.
"A comunicação já foi feita à Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares (DGEsTE Norte) e à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, e a partir de amanhã [terça-feira] começaremos a avisar os pais e a afixar avisos. Não tenho funcionários suficientes e foi marcado um plenário para discutir esta questão. É no exterior, mas a comunidade está a mobilizar-se e com os poucos funcionários no exterior não posso abrir as escolas", descreveu o diretor.
O plenário ao qual Artur Vieira se refere foi convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN) e está marcado para as 08:00 de quarta-feira.
Em declarações à agência Lusa, o responsável do STFPSN, Orlando Gonçalves, reivindicou "mais respeito pelos alunos e pelos funcionários das escolas", lembrando que "em Canelas se vive um problema antigo".
"É dos agrupamentos piores servidos em termos de funcionários. É impossível gerir o número de alunos com o número de funcionários atual. É uma situação intolerável. O Governo tem de admitir mais pessoas e respeitar as pessoas e a importância das escolas", disse Orlando Gonçalves.
Já o diretor descreveu que "há uma insegurança permanente nos corredores" e descreveu vários aspetos e situações como a falta de auxiliares para acompanhar os oito alunos com Necessidades Educativas Especiais que frequentam as escolas de Canelas.
"Ando a pedir por favor. Não tenho de pedir por favor algo que tenho direito e é para o bem das crianças, para segurança dos alunos e dos próprios profissionais. Na EB1 tenho um único funcionário com um horário de sete horas, quando a escola está aberta 10 horas. Se for preciso acompanhar uma criança ao hospital, esse funcionário ou vai e abandona as restantes ou fica e abandona o miúdo doente", descreveu Artur Vieira.
O Agrupamento de Escolas de Canelas, concelho de Gaia, no distrito do Porto, reúne 11 estabelecimentos escolares de vários graus de ensino, entre os quais a escola sede que tem cerca de 1.500 alunos.
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