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Dispositivo inovador para doentes com fibrilhação auricular aplicado cá

Um dispositivo inovador que permite proteger os doentes cardíacos que sofrem de fibrilhação auricular e que não podem tomar medicamentos anticoagulantes foi aplicado pela primeira em Portugal, disse hoje à agência Lusa o cardiologista Eduardo Infante Oliveira.

Dispositivo inovador para doentes com fibrilhação auricular aplicado cá
Notícias ao Minuto

17:42 - 23/09/19 por Lusa

País Saúde

Segundo o cardiologista de intervenção, trata-se de uma "técnica inovadora minimamente invasiva", feita por cateterismo, em que se procede ao encerramento do apêndice auricular esquerdo através da implantação de um dispositivo inovador.

"Esta técnica realiza-se em doentes que têm fibrilhação auricular e que não conseguem tolerar os medicamentos anticoagulantes ou apresentam elevado risco hemorrágico e por essa razão não os podem tomar", adiantou Eduardo Infante Oliveira.

Como alternativa, explicou, faz-se "uma obliteração do espaço onde se formam mais de 90% dos coágulos associados a este tipo de arritmia" e é colocado um dispositivo auto-expansível que se adapta à anatomia do doente.

"Esta técnica já é executada em Portugal há cerca de 10 anos", mas neste momento está a assistir-se "à introdução de uma nova geração de dispositivos que tornam o procedimento mais simples e mais eficaz, sendo que estes novos dispositivos de adaptam mais facilmente a diferentes anatomias e, portanto, a diferentes doentes", disse o cardiologista do Hospital de Santa Maria e do Hospital dos Lusíadas.

O apêndice auricular esquerdo é uma pequena cavidade do coração anexa à aurícula esquerda. Em caso de fibrilhação auricular, uma frequente alteração do ritmo cardíaco, esta cavidade perde a sua capacidade de contração e o sangue estagna no seu interior, favorecendo a formação de coágulos.

A libertação de coágulos para a circulação irá provocar a obstrução de artérias e consequentemente acidentes vasculares, nomeadamente acidentes vasculares cerebrais (AVC).

Este risco é habitualmente mitigado com a prescrição de medicamentos anticoagulantes. Contudo, cerca de um terço dos doentes não toleram a medicação ou apresentam alguma forma de contraindicação à sua prescrição.

O primeiro dispositivo foi aplicado no Hospital dos Lusíadas, mas, segundo Eduardo Infante Oliveira, irá estar acessível nos mais de 10 centros da rede pública e privada que executam esta técnica.

No âmbito desta técnica, já foram implantados na última década em Portugal mais de 500 dispositivos em doentes com esta arritmia.

Segundo os dados da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, 2,5% da população portuguesa sofre de fibrilhação auricular e a partir dos 80 anos a prevalência é de 10%.

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