Ação climática: Lisboa funciona de acordo com "as suas capacidades"
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa defendeu, na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, que a capital portuguesa não se queixa de falta de poderes ou dinheiro para implementar um plano sustentável de ação climática.
© Global Imagens
País Fernando Medina
Segundo Fernando Medina, que falou num painel no âmbito da Cimeira de Ação Climática, da ONU, em Nova Iorque, o município de Lisboa dá o exemplo de trabalhar de acordo com as suas capacidades, sem se queixar sobre poderes ou dinheiro que não tem, tendo sido uma das 102 cidades do mundo a adotar o objetivo de zero emissões até 2050, num país que assumiu esse objetivo para todo o território.
O líder do executivo lisboeta disse à agência Lusa, à margem, que o discurso sobre o combate às alterações climáticas tem de ser simplificado para os cidadãos, depois de declarar em frente à audiência internacional que não se trata de "ciência aerospacial" no que toca a garantir mais eficiência energética e o abandono das emissões de carbono na atmosfera.
"Acho que nestas áreas há um discurso muito cifrado para os cidadãos. Mesmo o cidadão que está em casa a ouvir, que se preocupa com o clima, com o ambiente, com as emissões, muitas vezes são-lhe atiradas palavras mais complexas ou objetivos mais complexos", disse Fernando Medina à Lusa, à margem da Cimeira de Ação Climática da ONU, que termina hoje em Nova Iorque.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa considerou que encontrou boas reações às declarações que fez no painel da ONU para o qual foi convidado, onde apresentou o objetivo de zero emissões líquidas até 2050, através da manutenção e aumento dos espaços verdes e plantações na cidade, as medidas de incentivo de utilização dos transportes e o aumento da eficiência energética das casas e construções.
Apresentei os nossos avanços na mobilidade, nos espaços verdes e na eficiência energética e reforcei o compromisso com a ação climática e com a mobilização de todos.Lisboa 2020 Capital Verde da Europa vai ser o ponto de encontro de todos. #ClimateAction #UN @c40cities #egca2020 pic.twitter.com/VKY1gW7n1Q
— Fernando Medina (@FMedina_PCML) 22 de setembro de 2019
O autarca, que preferiu um "discurso simplificado" em vez de um discurso teórico, científico ou "hermético", acrescentou que "nada disto requer uma grande tecnologia": "Não estamos aqui a descobrir a pólvora e não precisamos de uma revolução tecnológica".
"Há uma reação positiva quando as pessoas sentem que veem cidades a avançar", salientou Fernando Medina, acrescentando que Lisboa inspirou-se noutras cidades para adotar medidas de sustentabilidade, como Viena, capital da Áustria, para o passe único.
Medina falou domingo em Nova Iorque sobre as medidas e os bons resultados encontrados para a passagem de transportes individuais para coletivos, o cuidado com o consumo energético nas casas, através dos materiais de construção, equipamentos de aquecimento ou ar condicionado e passando pela plantação de mais árvores nas cidades.
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