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Jorge Sampaio ironiza que agora "são todos sociais-democratas"

O antigo líder socialista e Presidente da República Jorge Sampaio caracterizou esta quarta-feira o PS como um partido com vasto campo ideológico e aberto ao provir, e ironizou ao observar que "todos" se apresentam agora como sociais-democratas.

Jorge Sampaio ironiza que agora "são todos sociais-democratas"
Notícias ao Minuto

21:27 - 18/09/19 por Lusa

Política Homenagem

Esta foi uma das poucas referências feitas por Jorge Sampaio em relação ao atual período de campanha eleitoral, no discurso com que encerrou a sessão em que o PS celebrou os 80 anos de vida do antigo chefe de Estado, uma iniciativa que se realizou nos jardins da sede deste partido, em Lisboa.

"Agora andam todos a medir-se, são todos sociais-democratas", disse, tendo seu lado o atual líder do PS, António Costa, e antes de elogiar a utilidade para a democracia dos debates televisivos entre os diferentes líderes concorrentes às eleições legislativas de 06 de outubro próximo.

"Sou daqueles que estão a adorar os debates na televisão. Despertaram algum interesse por aquilo que está em jogo e neles se discutiram coisas fundamentais", defendeu logo a seguir o antigo chefe de Estado (1996/2006) e presidente da Câmara de Lisboa (1989/1996).

Perante membros do atual Governo e dezenas de militantes socialistas que estiveram sempre ao seu lado durante o período em que assumiu as funções de secretário-geral do PS (1989/1992) - casos de Ferro Rodrigues, Vera Jardim, António Costa ou João Cravinho -, Jorge Sampaio disse sentir-se "bem" no Largo do Rato, na sede nacional do seu partido.

"Aqui, no Rato, esqueci-me das escadas, mas sinto-me aqui bem, porque aqui não tenho de justificar nada. Temos a capacidade de ser uma entidade plural, com um vasto espaço ideológico, com espírito de permanente construção e com abertura igualmente permanente ao provir", sustentou.

De acordo com Jorge Sampaio, no PS, "o espírito está aberto para a discussão viva, para a discordância, mas não, obviamente, para a conspiração".

"Por isso, escolhi o Largo do Rato", numa alusão ao convite que lhe foi formulado por António Costa para celebrar os seus 80 anos.

Jorge Sampaio, que esteve acompanhado pela sua mulher, Maria José, iniciou o seu discurso de forma emotiva. E deixou um aviso a quem o ouvia: "Não costumo fazer isto sem chorar um pouco, vou tentar aguentar".

Na política, como na vida, segundo o antigo Presidente da República, a grande lição "é nunca desistir".

"É encontrar maneira de podermos estar a cair, mas descobrirmos que há uma história para trás - uma história que não se pode confundir com narrativa - e perceber que tudo está em aberto. Essa é a grande complexidade dos nossos tempos, porque não sabemos como a transição se vai operar e tudo se joga ao mesmo tempo na política, na economia e no social", advertiu.

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