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Bispo do Porto ataca "radicais" e "feministas" no caso da freira violada

Irmã Tona, como era conhecida, foi violada e assassinada em São João da Madeira. D. Manuel Linda considera que a ausência de uma condenação pública a este respeito, em especial por parte dos "radicais" e "feministas", se deve ao facto de a vítima ser afeta à Igreja.

Bispo do Porto ataca "radicais" e "feministas" no caso da freira violada
Notícias ao Minuto

16:39 - 17/09/19 por Patrícia Martins Carvalho

País Igreja

A irmã Maria Antónia morreu, no passado dia 8 de setembro, depois de ter sido violada por um homem em São João da Madeira, no distrito de Aveiro.

Nesta senda, o Bispo do Porto decidiu prestar homenagem à irmã Tona e, num texto publicado no site da Diocese do Porto, teceu duras críticas à sociedade.

D. Manuel Linda começa por considerar que o “martírio” da irmã “tem muito de paralelo com tantas mulheres, de todas as idades, que, na defesa da sua honra e dignidade, acabaram por pagar com a vida a resistência ao agressor depravado”, o que deve ser motivo de uma “reflexão social”.

E, assim, na nota tornada pública, o Bispo do Porto sintetiza esta “reflexão social” em três pontos, começando por tecer pesadas críticas ao sistema prisional português, dizendo não saber se “as prisões são centros de recuperação ou escolas do crime requintado”.

“Não sei”, vinca, lembrando que a “sociedade tem a obrigação de os curar [os criminosos], se tal for possível, ou, no mínimo de proteger os mais vulneráveis da sua ação devastadora”.

A crítica é dirigida depois ao sistema judiciário que “falhou redondamente”.

“A dar crédito aos jornais, foi preciso duas tentativas (?) de violação, a juntar aos antecedentes criminais, para se emitir um mandado de captura do malfeitor. E a execução deste demorou tanto que, para a Irmã Antónia… já não foi a tempo. Alguém tem de ser responsabilizado por isto. Se é pouco previsível que o sistema judicial seja ‘chamado à pedra’, pelo menos moralmente algumas pessoas hão de sentir-se culpadas pelo homicídio da religiosa”, escreve D. Manuel Linda.

Por fim, a terceira e última parte desta reflexão é dirigida aos que não condenaram publicamente o “bárbaro assassinato da irmã Maria Antónia”.

“Com honrosa exceção da Câmara Municipal de São João da Madeira, nenhum político, nenhum (e nenhuma…) deputado desses radicais, nenhum organismo que diz defender os direitos humanos, nenhuma feminista veio condenar o ato. Nenhum e nenhuma! Porquê? Porventura porque, para elas (e para eles…) as vidas perdem valor se se tratar de pessoas afetas à Igreja. Sumamente, se defenderem a sua honra”, remata o Bispo do Porto.

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