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Ajuda para combater seca no Cunene insuficiente

O governador do Cunene, a província mais meridional de Angola, disse hoje que o estado de emergência devido à seca já foi declarado, mas assumiu que as ajudas que estão a chegar são insuficientes.

Ajuda para combater seca no Cunene insuficiente
Notícias ao Minuto

16:23 - 13/09/19 por Lusa

País Seca

"O estado de emergência já está declarado desde abril pelo chefe de Estado", disse Virgílio Tyova aos jornalistas, à saída de um encontro com uma delegação de deputados da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola, maior partido da oposição), que trouxe as suas VIII jornadas parlamentares até ao sul de Angola para alertar para o problema da seca que atinge o território.

Questionado sobre os apelos da UNITA, organizações não-governamentais e responsáveis da sociedade civil para que o executivo de João Lourenço declare o estado de emergência devido à seca que afeta as províncias do sul de Angola, o governador afirmou que "do ponto de vista formal e oficial, está declarado", apesar de não ter sido feita na Assembleia Nacional.

"O Presidente declarou a calamidade por despacho e isso [a declaração de calamidade natural no Cunene, e parte das províncias de Namibe e Huíla] espoletou todo o processo de apoio que existe hoje", indicou o responsável, salientando que há um despacho presidencial que "é claro" sobre esta matéria.

Segundo Virgílio Tyova, entre 700 a 800 mil pessoas estão a ser afetadas pela seca no Cunene e a ajuda está a ser prestada através de dois programas de emergência: um com medidas de fornecimento de água, dirigido às comunidades rurais, e outro contra a fome, que visa a distribuição de bens alimentares.

"Os meios são poucos, precisamos aumentar", admitiu, no entanto, o governador, dizendo que os bens que têm chegado são "insuficientes", estimando serem necessárias 17 mil toneladas por mês para acudir às necessidades da população.

Um problema que não será fácil de resolver pois trata-se de doações, que vão sendo encaminhadas de forma pontual.

Algumas escolas foram também afetadas, registando-se uma diminuição do número de alunos por sala, uma situação que se justifica com a deslocação de crianças para zonas de transumância com os pais, uma prática "tradicional", este ano mais intensa devido à seca.

Virgílio Tyova adiantou que o governo provincial vai propor a criação de cozinhas comunitárias para acudir "às pessoas mais vulneráveis" e "atrair as crianças para concluírem o ano letivo".

O governador adiantou que até ao momento não há registo de casos de morte relacionados com a seca.

Depois de quatro dias de palestras e visitas de campo na província da Huíla, os deputados da UNITA deslocaram-se hoje ao Cunene para manter contactos com as comunidades locais e entregar donativos.

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