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Militares "aliciados" com ajudas para conduzir camiões. GNR desmente

Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG/GNR) mostra-se preocupada com o facto de militares sem experiência estarem a conduzir camiões com produtos inflamáveis. O Comando-Geral da GNR assegura que esta denúncia "não corresponde à verdade", garantindo que tudo está a ser feito dentro da lei.

Militares "aliciados" com ajudas para conduzir camiões. GNR desmente
Notícias ao Minuto

15:56 - 14/08/19 por Patrícia Martins Carvalho

País Greve de motoristas

Nos dois primeiros dias da greve dos motoristas de matérias perigosas e de mercadorias, o transporte de combustível foi assegurado por 28 veículos pesados de mercadorias perigosas, numa operação que envolveu 49 elementos da Polícia de Segurança Pública e da Guarda Nacional Republicana.

Esta situação deixou descontentes vários militares da GNR, inclusivamente, o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) que já fez saber que irá enviar um “ofício” ao Governo por este estar a utilizar guardas “para fazer uma coisa que não devem fazer” e porque estes “não estão aptos para manusear” matérias perigosas.

Nesta senda, fonte da GNR denunciou ainda ao Notícias ao Minuto que os militares que estão a fazer o transporte dos combustíveis, desde que foi decretada a requisição civil, foram “aliciados” com o valor das ajudas de custo que vão ser pagas.

Sem querer identificar-se com medo de represálias, a mesma fonte garantiu que estes militares aceitaram fazer parte do contingente destacado para a condução dos veículos porque as “ajudas de custo vão ser pagas a 100%”.

Foram a uma aula em que lhes disseram como funcionava o camião e pronto

“É como se estivessem no estrangeiro. Constam da escala da GNR como diligência e como não é servido almoço e jantar estão com ajudas de custo a 100%”, garantiu a mesma fonte que sublinhou ainda que estes militares não tiveram “propriamente uma formação”.

“Foram a uma aula em que lhes disseram como funcionava o camião e pronto”, acrescentou. Esta informação já tinha sido denunciada por César Nogueira, da APG, em declarações à agência Lusa.

O Notícias ao Minuto entrou em contacto com a Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda que, na pessoa do seu presidente da Assembleia, José Alho, confirmou ter recebido as mesmas denúncias. “Fizeram-nos chegar essas denúncias. Prometeram ajudas de custo a 100% a esses militares e eu só espero é que não haja nenhum acidente com vítimas, porque quem vai ter problemas serão os militares. Mas espero que corra tudo pelo melhor”, frisou.

O antigo presidente da ASPIG disse ainda que tem conversado com esses militares a quem tem “alertado para o facto de os camaradas não terem a formação ADR - certificado para motoristas de matérias perigosas – já para não falar que têm excesso de horas de serviço”.

Em jeito de conclusão, José Alho lamentou também que “desde que acabou a brigada de trânsito em 2009 tem-se notado um decréscimo nesta área da fiscalização de veículos de transporte de matérias perigosas”.

O Notícias ao Minuto confrontou o Comando-Geral da Guarda Nacional Republicana que, ao final do dia, desmentiu estas declarações, assegurando que "os militares da GNR que se encontram a efetuar a condução dos veículos pesados, estão todos, sem exceção, habilitados com a categoria C+E, sendo o suficiente para conduzir este tipo de veículos".

Relativamente às ajudas de custo, lê-se no comunicado, esclarece o Comando-Geral da GNR que "se trata de um imperativo legal, não sendo suscetível de discricionariedade, uma vez que os militares da GNR, quando deslocados da sua residência oficial por motivo de serviço público, têm direito ao abono de ajudas de custo".

Já fonte do Ministério da Administração Interna reiterou que os militares que foram mobilizados para garantir o transporte de combustíveis “receberam formação para executar esta tarefa” e que “não têm qualquer intervenção no carregamento ou descarregamento do combustível, apenas fazem o transporte”.

Polícia suspenso por furtar no Pingo Doce ao volante dos camiões

Sabe o Notícias ao Minuto que um dos agentes da PSP mobilizados para o transporte de combustível foi suspenso por 240 dias depois de ter sido apanhado a furtar produtos no Pingo Doce da Amadora onde fazia serviço de gratificado.

O período de suspensão foi, entretanto, cumprido e já voltou ao serviço. O que está a gerar desconforto no seio da PSP por tratar-se de um caso que mancha o bom nome da instituição e os seus membros.

[Notícia atualizada às 21h50 com a resposta do Comando-Geral da GNR]

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