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Filas para abastecer esgotam gasóleo numa bomba das Caldas da Rainha

As filas para abastecimento de combustível intensificaram-se esta tarde nas Caldas da Rainha, com a procura a esgotar o gasóleo num posto de abastecimento, embora a maioria das bombas estime que, até domingo, os 'stocks' não se esgotarão.

Filas para abastecer esgotam gasóleo numa bomba das Caldas da Rainha
Notícias ao Minuto

18:09 - 08/08/19 por Lusa

País Motoristas

"Já não há gasóleo", repete à exaustão J. Eduardo Braz, funcionário da Galp da Estrada de Tornada, à saída da cidade das Caldas da Rainha.

"Está ali um aviso afixado, mas ninguém lê, está tudo com a ganância", desabafou o funcionário do posto onde, esta tarde, a agência Lusa constatou registar-se a mais curta fila de carros à espera para abastecer.

Os avisos do funcionário a cada condutor que entra no posto fazem a triagem e reduzem a fila apenas aos que procuram gasolina.

"Ainda hoje ou amanhã [sexta-feira] vai chegar um camião [com cerca de 30 mil litros] de gasóleo, não havia necessidade de as pessoas andarem nesta correria, mas o povo é assim!", afirmou.

Na bomba do Pingo Doce, também na estrada de Tornada, "pelo menos desde terça-feira" que a procura de combustíveis se intensificou", disse à Lusa o operador do posto, Ricardo Silva, explicando que "a mudança de marca [de Prius para BP] e redução dos preços fez aumentar o fluxo de clientes".

Porém, "hoje o movimento aumentou cerca de 30%", disse, estimando que, "apesar de já hoje ter chegado um camião de 30 mil litros de gasóleo, o stock só deve chegar até domingo à noite" e, depois, concluiu, "logo se vê se há greve".

Mas na fila para abastecer há quem não possa esperar para ver. Cristina Correia atesta o depósito do carro com gasóleo, isso não lhe retira "as preocupações com poder ficar sem combustível na carrinha" da empresa que se dedica à distribuição de azeite.

"Com 15 litros por dia não vamos conseguir fazer as entregas a todos os clientes", disse.

Tony Hansen, reformado que há dois anos trocou a Holanda por Portugal, vive a sua "primeira 'greve dos combustíveis'" com "mais precaução do que preocupação", depois de cerca de uma hora na vila para atestar o carro de gama alta.

"Vim fazer as compras e aproveito para abastecer", explicou, satisfeito por já não precisar de "usar o carro para ir trabalhar todos os dias", porque, "aí, sim, a greve podia ser problemática para mim", afirmou.

No centro da cidade, junto à bomba da Galp [uma dos que integra a rede estratégica de postos de abastecimento (REPA)] regista-se, desde a hora de almoço, uma das maiores filas de carros. Dois deles, da PSP, à espera de vez para repor o gasóleo "que está quase na reserva".

A fila, disse o agente à Lusa, "tem andado rápido", mas o cenário "tem sido idêntico em todas as bombas" por onde foi passando.

Entre as várias dezenas de condutores encontram-se desde os que vão viajar e precisam "mesmo de atestar", como José Lima, aos que, como António Campos, têm o deposito cheio, mas pretendem "levar um jerricã para o que der e vier, que isto nunca se sabe até quando dura a greve".

Reformado e a viver no centro da cidade, António Campos, "nem sequer" precisa de usar o carro "a não ser para uns passeios com a Maria". Mas, porque "as pessoas são sempre estúpidas e gostam de açambarcar", lá foi ele à bomba, "encher o jerricã".

Entre uma família de emigrantes em férias e um ex-vereador da câmara das Caldas, Diogo Martinho espera a vez de atestar o depósito no posto do E. Leclerc, outra das bombas REPA da cidade.

Tem "pouca gasolina" e precisa "para as voltas", portanto, meteu-se na fila "antes que se acabe o combustível", explicou.

Diogo escolheu ao "calhas" e sem saber que, se houver greve, estará garantida a possibilidade de abastecer até 15 litros de combustível naquela bomba.

"Mas então -- questionou -- para que é que é esta estupidez de virem todos o a correr atestar?".

João Sousa, responsável por aquele posto garante que, "desde terça, o movimento aumentou pelo menos mais 30%".

Ainda assim, nem isso leva a crer que, até domingo, falte gasolina ou gasóleo no posto.

"Vão chegar mais dois camiões de 32 litros, um de gasóleo e outro de gasolina, que provavelmente darão resposta até domingo e, na segunda [feira], se houver greve, terá que haver abastecimento para a rede" de 374 bombas de combustíveis em que o serviço estará assegurado, afirmou.

A greve dos motoristas de matérias perigosas está marcada para 12 de agosto e poderá prolongar-se por tempo indeterminado.

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