A realização de uma conferência de extrema-direita europeia, em Lisboa, no próximo dia 10 de agosto, originou a convocatória de uma ação de protesto, no mesmo dia e local, por uma frente de organizações nacionais e internacionais.

No manifesto do protesto, que conta com o apoio da SOS Racismo e do Movimento Alternativa Socialista, é referido que, 74 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial e a derrota do fascismo e do nazismo, "assistimos por quase toda a Europa à ascensão da extrema-direita". 

Mais preocupante, notam os organizadores, "vemos desenvolverem-se, à direita dessa extrema direita, forças assumidamente neonazis que, nalguns casos (Grécia, Hungria Alemanha,…), se enraízam na sociedade, formando verdadeiros movimentos populares, radicais, racistas e ultra violentos, cujo objetivo assumido é a destruição da organização sindical, política e cultural dos trabalhadores, o esmagamento de toda a resistência cidadã, a negação do direito à diferença e o extermínio – mesmo físico – dos diferentes e mais fracos". 

Os organizadores do protesto trazem também à memória que em Portugal apenas se passaram 45 anos da derrota do fascismo e lembram que atualmente “a presença e atuação de grupos terroristas e neonazis como a Blood And Honour, Hammerskin ou ainda a Nova Ordem Social, já foram assinalados pela Europol e o SIS”. O SIS, sublinhe-se, está a "acompanhar de muito perto" a conferência marcada para o dia 10. 

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“Este perigo não é um fenómeno que acontece apenas nos outros países e prova disso é a organização de uma conferência europeia neo-nazi em Lisboa no dia 10 de agosto, organizada pela Nova Ordem Social, do neo-nazi Mário Machado. O mesmo grupo que tinha sido autor da manifestação em homenagem do Salazar, no mês de fevereiro deste ano, ou ainda da campanha de ‘Dia do Orgulho Branco’ em Junho 2019”, sublinham.

As várias organizações recusam a aceitar que “tal evento aconteça sem uma reação da parte de quem esteja pronto a defender a nossa democracia, e a liberdade que com ela conquistamos” e apelam à mobilização de todos – cidadãos, partidos, sindicatos, movimento e organizações – para que no próximo dia 10 “o povo português deixe uma mensagem clara aos neonazis europeus”.

“Em Portugal, neonazis não são bem-vindos, nem hoje, nem nunca!”, terminam.

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