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Vice-presidente da Câmara de Vila de Rei acusa Estado de voltar a falhar

O vice-presidente da Câmara de Vila de Rei disse, esta segunda-feira, que este concelho "está farto" de enfrentar chamas ano após ano e garantiu que o "Estado voltou a falhar" na prevenção do incêndio deste fim de semana. Confrontado com estas declarações, o líder do PSD pediu contenção enquanto o combate Às chamas continuar no terreno

Vice-presidente da Câmara de Vila de Rei acusa Estado de voltar a falhar
Notícias ao Minuto

11:42 - 22/07/19 por Lusa

País Incêndios

"O concelho [de Vila de Rei] está farto, como diz o nosso presidente da Câmara [Ricardo Aires]. Está farto destes sucessivos incêndios com origem criminosa e está farto de ver o Estado voltar a falhar às populações", referiu Paulo César, em declarações à agência Lusa.

O incêndio que deflagrou no sábado em Vila Rei e que alastrou ao concelho vizinho de Mação está dominado em 90%, depois de uma noite de muito trabalho de várias centenas de operacionais e de meios de combate, acompanhados por habitantes que tentaram salvar as suas habitações.

O 'vice' de Vila de Rei, Paulo César, agradeceu e reconheceu o trabalho dos bombeiros e de outros voluntários que combatem as chamas, mas não escondeu a revolta com a situação.

O autarca denunciou que foram encontrados artefactos explosivos que podem estar na origem das chamas e considerou suspeito que tenham deflagrado praticamente ao mesmo tempo diversas frentes de incêndio em Vila do Rei e Sertã. "O Estado falhou às populações. O país inteiro falhou. Nós falhámos", referiu o autarca, que considerou que é preciso atuar com mais eficiência na prevenção dos incêndios e castigar exemplarmente os incendiários.

Paulo César sublinhou ainda a necessidade de reforçar os meios de combate no terreno e explicou que a existência de muitas frentes de fogo deixou desprotegidas as populações "de 30 ou 40 aldeias" de Vila de Rei e concelhos vizinhos.

O autarca referiu que ainda estão a ser apurados os prejuízos no seu concelho e lembrou que o fogo ainda não foi considerado extinto.

Líder do PSD pede contenção no "tom"

Esta "não é a altura" para se estarem a fazer críticas ou a apurar responsabilidades, considerando de "mau tom" que isso aconteça enquanto o fogo está a ser combatido.

"Quando estão os incêndios a decorrer e em que todos nós devemos ajudar a que se apague o incêndio não é o momento de se estar a fazer visitas. Fui criticado por isso [por não fazer visitas] e hoje mesmo aqueles que fizeram visitas agora já não fazem porque percebem que não devem ser feitas", acrescentou o líder do PSD, que falava aos jornalistas durante uma reunião preparatória da campanha social-democrata para as legislativas de outubro, que decorre em Condeixa-a-Nova, distrito de Coimbra.

Nesta altura, defendeu, todas as pessoas devem estar solidárias "com todos os que estão a combater os incêndios, a começar pelos bombeiros e depois, naturalmente, as próprias vítimas".

Para Rui Rio, enquanto o combate decorre não se deve "criar qualquer perturbação, antes pelo contrário". "Depois de tudo terminado, aí sim devemos tirar conclusões, ver que erros possam ter havido para que sejam corrigidos e apontar, naturalmente, os responsáveis", disse.

Dois dias sem descanso

O incêndio de Vila de Rei e Mação é o único que continua por controlar - desde sábado -  e tem mobilizado várias centenas de operacionais e de meios de combate.

Um civil ficou ferido com gravidade neste incêndio e está internado no hospital de São José, em Lisboa. Há ainda nove feridos ligeiros e mais de duas dezenas de pessoas foram assistidas no terreno pelas equipas do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

As chamas também já atingiram habitações, num número ainda não quantificado pelas autoridades, depois de durante a tarde de domingo as chamas terem ameaçado dezenas de aldeias, segundo autarcas.

Este domingo, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, admitiu sentir "estranheza" pela forma como cinco ignições ocorreram no espaço de uma hora em Castelo Branco. A Polícia Judiciária já esteve na Sertã a recolher elementos de natureza criminosa. Também foram encontrados vários artefactos explosivos em Vila de Rei.

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