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Guiné Equatorial deve "passar das palavras aos atos" na pena de morte

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, defendeu hoje que é tempo de a Guiné Equatorial "passar das palavras aos atos", face aos reiterados anúncios de abolição da pena de morte, os quais prefere "ver para crer".

Guiné Equatorial deve "passar das palavras aos atos" na pena de morte

© Lusa

Lusa
18/07/2019 20:36 ‧ há 6 anos por Lusa

A posição foi assumida pelo chefe da diplomacia portuguesa em entrevista à agência Lusa na cidade cabo-verdiana do Mindelo, ilha de São Vicente, na véspera da XXIV reunião ordinária do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que prevê a análise de um projeto de resolução sobre a Guiné Equatorial, na sequência da recente visita a Malabo de uma missão daquela organização.

"Eu sou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal há três anos e meio. Há três anos e meio que ouço o meu colega da Guiné Equatorial garantir que está iminente a eliminação da pena de morte. Eu também conheço os termos em que a Guiné Equatorial aderiu à CPLP e os compromissos que assumiu quando foi admitida na CPLP", em julho de 2014, afirmou Augusto Santos Silva, sublinhando que "é ponto de honra para todos os países" da organização "serem contra a pena de morte".

"Já há muito tempo que se devia passar das palavras aos atos, até porque do ponto de vista técnico é a coisa mais fácil de se fazer", enfatizou Santos Silva.

Questionado pela Lusa sobre as constantes promessas de abolição da pena de morte por parte da Guiné Equatorial, o chefe da diplomacia portuguesa foi cauteloso: "Há um ditado português que aqui se aplica como uma luva: Ver para crer".

O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, afirmou em 12 de julho, em entrevista à agência Lusa, em Malabo, que a abolição da pena de morte será discutida em setembro pelo parlamento e prometeu "influenciar" os deputados para a aprovação da lei antes do final do ano.

"Posso garantir que vamos influenciar o parlamento para que aceite a abolição da pena de morte. O Governo fez o seu trabalho e acaba de enviar [a proposta de diploma legal] ao parlamento", disse o Presidente equato-guineense.

A abolição da pena de morte era uma das condições de entrada do país na CPLP em 2014, um processo polémico porque o Governo da Guiné Equatorial, uma ex-colónia de Espanha, é acusado de sistemáticas violações de direitos humanos e de desrespeito dos direitos da oposição.

Está em vigor uma moratória que impede o cumprimento das condenações à pena capital, que já foram decretadas pelos tribunais do país, mas sem consequências.

"Sei que o facto de a Guiné Equatorial ser membro da CPLP já teve uma vantagem, porque a pena de morte deixou de se aplicar. Mas não basta não aplicar, é preciso eliminá-la", retorquiu o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal.

"Portanto, estou à espera que isso que ouço há três anos e meio se concretize. Quando isso se concretizar eu acredito", disse ainda Augusto Santos Silva.

 

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