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Centro Geoespacial do Exército quer comprar drone para mais autonomia

O Centro de Informação Geoespacial do Exército (CIGE), base para o planeamento territorial das operaçõs militares, quer avançar até ao final do ano para a compra de um "drone" para assegurar "mais autonomia" na fotografia aérea.

Centro Geoespacial do Exército quer comprar drone para mais autonomia
Notícias ao Minuto

06:17 - 13/07/19 por Lusa

País Exército

O registo cartográfico do território português serve às Forças Armadas para treinar e planear operações, mas é também uma ferramenta usada por cidadãos civis, instituições e empresas, como por exemplo no planeamento dos itinerários da volta a Portugal em bicicleta e nas instruções dadas aos pilotos durante o Rali de Portugal.

O próximo passo para o Centro de Informação Geoespacial do Exército (CIGE) será adquirir um 'drone' que lhe permita "a atualização muito rápida de cartografia em caso de apoio militar de emergência ou apoio às populações civis", disse à agência Lusa o tenente-coronel Hélder Perdigão, diretor do CIGE.

"Vamos tentar que seja este ano o projeto de aquisição do 'drone', a ver se com algum investimento a nível do Exército conseguimos adquirir esse vetor, que de facto era para nós fundamental", declarou, frisando que a grande mais valia seria uma "maior autonomia".

"Estamos a falar de algo com algum rigor e capacidade, com câmaras verticais e oblíquas que nos permitam ter imagens a três dimensões", disse.

Com a missão principal de apoiar as operações militares, o CIGE é também procurado por cidadãos, empresas e organismos civis, disse Hélder Perdigão.

O crescimento do setor imobiliário fez aumentar nos anos mais recentes os pedidos feitos por cidadãos que querem construir em terrenos herdados e precisam de provar perante a câmara municipal que já lá existiram construções, sobretudo nos casos em que nem há ruínas que se vejam.

A solução tem sido recorrer ao centro, que tem registado em mapas e fotografias todo o território nacional desde os anos de 1940.

Em 2016, de acordo com a major Sónia Baldaia, chefe do departamento de cartografia fotográfica, houve 1.200 pedidos de fotografias aéreas para este fim, número que aumentou para 2.300 no ano passado e este ano, até maio, já ia em 1.000 pedidos.

Através de acordos internacionais com cerca de 30 nações, o centro tem acesso a cartografia de territórios onde os militares portugueses estejam em missão, fornecendo-lhes informação atualizada sobre a rede viária e o terreno em que se movem, como o caso dos militares destacados na missão das Nações Unidas na República Centro Africana.

No que diz respeito ao apoio aos militares, o Centro desenvolve ainda aplicações informáticas que permitem aceder à localização exata através de um telemóvel. Mesmo que esteja em missão num país estrangeiro, um soldado português consegue, através do telemóvel, ter acesso a mapas pormenorizados e atualizados da zona em que se encontre em operações, através das redes internas do Exército.

O Centro, que hoje rivaliza em "termos de inovação e tecnologia" com instituições congéneres europeias, segundo o tenente-coronel Hélder Perdigão, teve a sua origem em 1932, com a criação dos Serviços Cartográficos do Exército, com a missão prioritária de publicar a Carta Militar de Portugal na escala 1:25.000 e outra documentação necessária à defesa do país. O projeto da Carta Militar de Portugal Continental foi concluído em 1955, com mais e 600 folhas.

Atualmente, a Carta Militar de Portugal à escala 1:25.000 cobre a totalidade do país e tem o estatuto de "Carta Base de Portugal" e o projeto "é uma história que nunca acaba" porque está sempre a ser atualizado, explicou Hélder Perdigão.

Uma outra missão do CIGE é a monitorização dos marcos de fronteira terrestre com Espanha que é feita em conjunto com o instituto congénere espanhol. Segundo Hélder Perdigão, "há cinco mil marcos ao longo da fronteira e, em cada ano, são monitorizados no terreno mil marcos".

"Abrem-se novas estradas, constroem-se novas estruturas... o nosso trabalho é atualizar toda a informação. Temos as coordenadas GPS dos marcos e é preciso desmatar à volta e fazer a manutenção, pintar, se for preciso. Curiosamente notamos que há marcos que por vezes são deslocados, temos de ir à procura deles", contou.

O Centro, que funciona em Lisboa e tem 126 pessoas a trabalhar, faz também investigação e mantem, no topo do edifício do CIGE, um Observatório Astronómico e Geodésico "com ligação à área académica e científica".

Todos os verões, entre meados de julho e setembro, o Observatório abre as portas para quem se inscreve através do programa Ciência Viva, recebendo grupos até 30 pessoas que podem observar o céu e ouvir explicações de cientistas e astrónomos amadores.

No âmbito das comemorações dos 20 anos daquele Observatório, o CIGE vai abrir excecionalmente ao público sem necessidade de pré-inscrição na noite de hoje, dia 13 de julho, com uma sessão de astronomia noturna a partir das 21:00, se as condições de visibilidade permitirem, divulgou o Centro.

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