Portugal teve "extraordinário sucesso" no treino de militares
O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, António Silva Ribeiro, considerou hoje em entrevista à Lusa que Portugal teve "extraordinário sucesso" no comando do treino de mais de 3.500 militares da República Centro-Africana durante o último ano e meio.
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País RCA
O CEMGFA indicou à Lusa que cerca de 1.500 dos 3.5000 militares da República Centro-Africana treinados pela Missão Europeia, liderada por Portugal, estão já envolvidos em várias operações e "têm tido um desempenho operacional correto e adequado àquilo que são as exigências do teatro operacional do país".
O CEMGFA fez considerações sobre o término do comando de Portugal à frente da Missão Europeia de Treino Militar - República Centro-Africana (EUMT-RCA), chefiada pelo general Hermínio Maio desde janeiro de 2018, dizendo que todas as informações apontam para a qualidade do treino que foi prestado pela operação de formação.
Para o almirante António Silva Ribeiro, trata-se de uma "prova evidente da qualidade do treino", que realça "o brilhantismo, a competência, o rigor com que o general e todos os militares portugueses, mais de 50 (...), desempenharam a sua missão".
Após o dia 08 de julho, quando Portugal passou o comando à França, continuam 15 militares portugueses nesta missão.
Inicialmente estavam previstos 12 meses para o comando português, mas foi pedido uma extensão de seis meses pela França, país que recebeu a passagem do testemunho na segunda-feira.
Em declarações à Lusa, o CEMGFA disse também que a participação portuguesa na Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA) vai continuar até final do ano e que Portugal já está empenhado nos trabalhos preparatórios para o ano de 2020.
"Tudo indica que essa missão vai continuar, mas evidentemente carece de aprovação política, o que nós esperamos que ocorra em outubro, no Conselho Superior de Defesa Nacional", quando o Ministro da Defesa Nacional fizer a proposta, disse António Silva Ribeiro.
Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da MINUSCA, cujo 2.º comandante é o major-general do Exército Marco Serronha.
Portugal integra a MINUSCA com a 5.ª Força Nacional Destacada, que tem a função de Força de Reação Rápida.
O conflito neste país, com o tamanho da França e uma população que é menos de metade da portuguesa (4,6 milhões), já provocou 700 mil deslocados e 570 mil refugiados e colocou 2,5 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária.
O Governo controla cerca de um quinto do território. O resto é dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.
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