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Compromissos de Von der Leyen ficaram "aquém das exigências"

Os compromissos assumidos hoje pela alemã Ursula von der Leyen na reunião com os Socialistas e Democratas ficaram "aquém das exigências" para que o grupo vote favoravelmente a candidata indigitada à presidência da Comissão Europeia, reconheceu Carlos Zorrinho.

Compromissos de Von der Leyen ficaram "aquém das exigências"
Notícias ao Minuto

15:53 - 10/07/19 por Lusa

País Carlos Zorrinho

"Os compromissos que assumiu ficaram aquém das exigências do grupo Socialistas e Democratas (S&D) para poder votar favoravelmente a sua candidatura", declarou aos jornalistas o chefe da delegação do Partido Socialista no Parlamento Europeu (PE)

Carlos Zorrinho destacou que Ursula von der Leyen assumiu algumas posições "positivas", nomeadamente em relação às alterações climáticas, tendo até "um discurso bastante progressista", ao Estado de Direito, "fundamental" para os socialistas após o veto do grupo de Visegrado ao holandês Frans Timmermans, e ao pilar social.

Todavia, acrescentou, mas deu "respostas insatisfatórias" em áreas particularmente relevantes para a delegação portuguesa, como o alinhamento do Quadro Financeiro Plurianual com a proposta da assembleia europeia ou a reforma da Zona Euro.

Reconhecendo que com os compromissos hoje assumidos, os eurodeputados do PS não teriam condições para votar a favor da candidatura de Ursula von der Leyen à presidência da Comissão Europeia, Carlos Zorrinho indicou que o diálogo vai prosseguir e que o seu grupo irá enviar perguntas por escrito à ainda ministra alemã da Defesa, estimando que se "for possível ultrapassar este diferencial, obviamente" o S&D viabilizará a candidata indicada pelo Conselho Europeu.

"É evidente que isto é um caminho, não estamos a partir do zero. Se estivéssemos a partir do zero, haveria uma recusa pura e simples. Estamos a dialogar, a negociar, tendo sempre por objetivo final a ideia de que, quanto mais convergente for a União Europeia, melhor. Não estamos aqui para atrapalhar. Ainda ontem (terça-feira), numa reunião do grupo, tive a oportunidade de dizer que o S&D não pode ser nunca visto como um grupo político que bloqueia, mas deve ser sim um grupo político que desbloqueia", referiu.

O chefe da delegação do PS considera que para o bloco comunitário o adiar do processo de indigitação da política alemã "não é algo favorável", salientando, todavia, que o calendário é apenas uma variável, e que a questão chave reside nos resultados da negociação.

O eurodeputado socialista indicou que, nesse sentido, a nova líder da bancada do S&D, a espanhola Iratxe García, solicitou que "aquilo que foi dito pela candidata", designadamente sobre aquele que foi o candidato principal dos socialistas à presidência do executivo comunitário, "possa ser também traduzido por escrito".

"Aquilo que ela disse, nomeadamente sobre a posição que o nosso 'spitzenkandidat' Frans Timmermans pode vir a ocupar na futura Comissão, foi satisfatório", elucidou.

Espera-se que o socialista holandês mantenha na próxima legislatura o cargo de primeiro vice-presidente da Comissão Europeia, depois de, no Conselho Europeu da semana passada, o seu nome ter sido vetado para a presidência do executivo pelo Grupo de Visegrado e pela Itália, um 'veto' ao qual se juntaram outros elementos do Partido Popular Europeu, como formações da Croácia e da Irlanda.

Os líderes daquele grupo - Hungria, Polónia, República Checa e Eslováquia - consideravam "inaceitável" que o principal 'rosto' de Bruxelas nos 'braços de ferro' com Polónia e Hungria, devido às alegadas violações ao Estado de direito naqueles países, liderasse a Comissão.

Antes das declarações de Carlos Zorrinho aos jornalistas portugueses em Bruxelas, a líder do grupo parlamentar do S&D já tinha condicionado a aprovação da candidata proposta para a presidência da Comissão Europeia à resposta que a alemã Ursula von der Leyen der aos pedidos daquele grupo e remetido uma decisão quanto ao sentido de voto da bancada para a próxima semana.

A ainda ministra da Defesa alemã necessita de obter uma maioria absoluta na votação agendada para a próxima terça-feira no hemiciclo de Estrasburgo - metade dos eurodeputados mais um (376) -- para ser presidente da Comissão Europeia.

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