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Lusodescendente cria pulseira que é uma 'Lux' contra o assédio sexual

Experiência pessoal serviu de inspiração a Beatriz que criou um projeto que é definido pela sua universidade como "único".

Lusodescendente cria pulseira que é uma 'Lux' contra o assédio sexual
Notícias ao Minuto

08:20 - 12/07/19 por Andrea Pinto

País Inovação

Sair à noite, sem medo do que possa acontecer, é cada vez mais raro. Foi, provavelmente, a pensar nisso, que Beatriz Carvalho decidiu criar uma pulseira que pudesse mudar esta situação.

A jovem de 21 anos, vive há cerca de nove anos com os pais em Edimburgo, Escócia, local onde ingressou na universidade e tem desenvolvido os seus estudos na área de design na  Edinburgh Napier University.

No âmbito da sua dissertação de curso e de uma exposição universitária, a estudante do quarto ano apresentou aquilo que a sua própria universidade considera uma invenção “única”. Trata-se de uma discreta pulseira que permite que o seu utilizador se mantenha seguro de assédio ou agressões sexuais durante uma saída à noite.

A ideia, confessa Beatriz, surge da sua própria experiência pessoal. “Vivenciei casos de assédio enquanto andava no Secundário e há algumas situações que me trazem estas memórias de volta à cabeça”, diz-nos, defendendo convictamente que “ninguém deveria viver com medo de sair”.

Uma saída à noite, um simples acessório ‘et voilá’: Estamos mais seguros

O sucesso da pulseira Lux conta com a ajuda de um grupo de amigos. Significa isto que a pulseira é emparelhada a uma aplicação, que conecta vários amigos entre si antes de saírem juntos. Caso algo corra mal, serão estes a serem alertados para a situação. A pulseira funciona com um duplo toque. Ou seja, se uma pessoa sentir que alguém está a ter um comportamento inapropriado e se sentir incomodada, deve tocar duas vezes na pulseira para que um alerta seja enviado aos seus amigos. Se a situação assumir contornos piores, deve-se voltar a tocar duas vezes na mesma para que uma luz se acenda, chamando assim a atenção dos que estão ao redor, inclusivamente dos empregados do bar.

“A agressão sexual e os comportamentos que deixam as pessoas desconfortáveis são um tema muito complexo. Muitas pessoas envergonham-se com o sucedido e preferem fingir que não aconteceu. No entanto, eu sempre fui da opinião que é positivo falar destas coisas para que mais pessoas saibam quais são os tipos de comportamentos que são aceitáveis e os que não são”, afirma Beatriz, que defende que a sua invenção pode ter “um papel importante para que este debate aconteça”.

Uma pulseira 'para todos' e que quer mudar comportamentos

E porque não são só as raparigas que se sentem desconfortáveis com certas abordagens, a pulseira, garante Beatriz, é para todos. Rapaz ou rapariga, o importante é que quem a usa se sinta mais confortável.

“Durante a pesquisa que levei a cabo durante a minha dissertação, defini que queria criar algo que fosse educativo mas também preventivo. O primeiro e principal objetivo da Lux é ajudar o seu utilizador a sentir-se seguro”, afirma a jovem lusodescendente, explicando o que a inspirou para a escolha do nome: “Lux significa luz. Uma vez que o meu produto se acende quando algo que não está bem, achei que era o mais apropriado”.

Notícias ao MinutoAo segundo sinal de alerta, a pulseira acende-se, servindo de alerta a todos os que rodeiam vítima e agressor© D.R.

Para Beatriz , a sua invenção deve servir também para “ajudar a educar o agressor”, mostrando-lhe que determinado comportamento “não é aceitável”.

“É importante que as pessoas que potencialmente pisam e ultrapassam a linha, aprendam a não fazer esse tipo de coisas novamente. Esta é realmente a única maneira de melhorar as coisas”, remata.

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