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Enfermeiro em protesto avisa que profissionais podem demitir-se em bloco

O enfermeiro Duarte Gil Barbosa, que anda pelo país a denunciar a falta de concretização das reivindicações da classe, disse hoje, em Coimbra, que os profissionais podem avançar para uma demissão em bloco caso não sejam satisfeitas as suas reivindicações.

Enfermeiro em protesto avisa que profissionais podem demitir-se em bloco
Notícias ao Minuto

13:23 - 05/07/19 por Lusa

País Saúde

"O Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a entrar numa fase de rutura, em que há serviços que, neste momento, só estão a funcionar com muito esforço dos enfermeiros, que estão a trabalhar 40 e 50 horas por semana", disse aos jornalistas, à entrada dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Duarte Gil Barbosa saiu na terça-feira do Hospital de São João, no Porto, onde trabalha, e esta manhã chegou a Coimbra, depois de percorrer 140 quilómetros, onde tinha à sua espera Ana Paiva, dirigente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), e alguns enfermeiros.

"Os enfermeiros têm lutado, vêm de uma greve cirúrgica em que o Governo conseguiu por termo através de uma requisição civil, estão também a terminar uma greve do Sindepor e, de facto, as nossas lutas não têm a eficácia que nós merecemos", salientou.

"Sou enfermeiro há 23 anos, tenho uma especialidade há 12 anos, e neste momento estou no mesmo nível de um enfermeiro recém-formado, e na mesma situação estão 15 mil enfermeiros", sublinhou Duarte Gil Barbosa, que na quinta-feira tenciona chegar a Lisboa e entregar uma carta aberta na Assembleia da República com as reivindicações da classe.

Duarte Gil Barbosa apelou ao Governo para ouvir os enfermeiros, que "não pedem nada que o Governo não possa atender e que são muito importantes para os enfermeiros manterem o SNS".

Estes profissionais de saúde reivindicam o descongelamento da carreira, a contagem toda do tempo de serviço, que a profissão seja considerada de desgaste rápido e penosa, a diminuição da idade da reforma e avaliação de desempenho de três em três anos, caso contrário, ponderam avançar "com uma demissão em bloco".

"A nova carreira que saiu há pouco tempo é uma vergonha para a profissão porque não é reconhecido o papel de enfermeiros especialista. Tirámos uma especialidade à nossa custa, temos competências acrescidas, somos uma mais-valia para os doentes, há ganhos em saúde com o nosso trabalho e não somos reconhecidos", frisou.

A dirigente Ana Paiva, do SINDEPOR, mostrou-se solidária com a iniciativa de Duarte Gil Barbosa, "que está a dar a cara por todos, a fazer um esforço hercúleo, sem esperar nada pessoal em troca".

"A maioria dos profissionais concorda que não há uma real vontade de resolver os nossos problemas, tendo-nos imposto uma carreira que não dá resposta às nossas necessidades e não reconhece nem dignifica o nosso esforço e trabalho diário", sublinhou.

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