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Investigadores da Terra "precisam de estar mais perto da economia"

O ministro do Ambiente defendeu hoje que os investigadores das ciências da Terra e da vida têm que estar mais próximos dos decisores económicos para os por a pensar na economia como um sistema natural.

Investigadores da Terra "precisam de estar mais perto da economia"
Notícias ao Minuto

13:15 - 01/07/19 por Lusa

País Matos Fernandes

"Há muito a aprender nas ciências económicas para saber que o bem-estar não se faz do excesso, mas da suficiência", que se encontra nos sistemas naturais, que "nunca se enganam, têm sempre a medida certa, nunca nada a mais, nunca nada a menos".

João Pedro Matos Fernandes falava à Lusa à margem do quinto encontro anual do Centro para Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (CE3C), declarando que é "fundamental que estes centros de saber percebam isso".

"Quem domina os sistemas naturais tem que sair do seu ambiente para de facto poder partilhar o seu saber com quem toma decisões no domínio da economia", defendeu.

O bem estar e a prosperidade num mundo que se encaminha para os 10 mil milhões de habitantes só são possíveis "se o sistema económico for em tudo parecido com um sistema natural", afirmou.

O modelo linear seguido até agora, em que todos os recursos são explorados e descartados, "está perto do fim", considerou, e está na altura de as ciências da terra e da vida "darem um salto na relevância social".

"O vosso saber é importante demais para que sejam tão discretos", disse o ministro à plateia de investigadores do CE3C, salientando que se vive "uma emergência climática" que não precisa de ser declarada formalmente, mas reconhecida.

Aos decisores económicos, podem ensinar o princípio da suficiência que se manifesta nos sistemas naturais e acabar com o excesso que tem orientado os modelos económicos.

A coordenadora do CE3C, Cristina Máguas, afirmou à Lusa que o encontro deste ano é marcado pelo cruzamento de várias disciplinas, trazendo estatística e até a perspetiva histórica de como as sociedades entenderam a natureza deste o século XVI.

Cristina Máguas reconheceu que a "discrição" dos investigadores das ciências da vida pode "causar algum constrangimento" na hora de divulgar os resultados da investigação e "contribuir para a sociedade".

"Não podemos ser discretos na nossa área de investigação e o poder político precisa dessa interpretação e conhecimento", salientou.

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