Universidade de Lisboa quer polo de investigação médica em Torres Vedras
A Faculdade de Medicina de Lisboa quer levar investigações médico-científicas para Torres Vedras e estabeleceu hoje uma parceria com este município para a criação de um campus universitário, um projeto considerado de âmbito internacional.

© Wikimedia Commons

País Educação
"Temos projetos em desenvolvimento com universidades e instituições científicas de todo o mundo e podemos trazê-los para Torres Vedras, expandindo essa atividade neste espaço", afirmou à agência Lusa o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Fausto Pinto.
A universidade e a Câmara de Torres Vedras assinaram hoje um acordo para criar um campus universitário ligado à investigação em medicina e ciências biomédicas no antigo Hospital do Barro, na periferia da cidade.
O diretor da faculdade e o presidente da Câmara de Torres Vedras, Carlos Bernardes, acreditam que vai ser um "projeto de dimensão internacional que vai contribuir para a afirmação de Portugal" na inovação nessas áreas.
O autarca admitiu que a parceria estabelecida é o primeiro passo de um "longo caminho a fazer", esperando que, "dentro de dois meses", o edifício possa passar para a posse do município, no âmbito da descentralização de competências do Estado para as autarquias.
Com o Campus Universitário da Saúde, o município quer dar solução para aquelas instalações, aumentar a oferta de ensino superior público no concelho e criar na cidade um "cluster da saúde", tendo em conta que, além da unidade de Torres Vedras do CHO, existem outras duas clínicas privadas na cidade.
A parceria vem tornar possível a "criação de um equipamento dedicado à prestação de cuidados assistenciais, à formação de profissionais de saúde, ao ensino e à investigação em medicina e outras ciências biomédicas", de acordo com o protocolo, a que a Lusa teve acesso.
O município compromete-se a encontrar fontes de financiamento e a reabilitar todo o edifício, para a qual não tem ainda qualquer estimativa de custos.
A Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa vai criar condições para ter um campus "vocacionado para o ensino, atividades assistenciais e investigação de índole multidisciplinar, ao nível dos cuidados primários e de reabilitação", encontrar parceiros para o consórcio e encontrar fontes de financiamento para a implementação do projeto.
O antigo Hospital Dr. José Maria Antunes Júnior, também conhecido como Hospital do Barro, tem sido alvo de furtos desde que, em 2015, o Centro Hospitalar do Oeste encerrou aí o internamento, consultas e exames de diagnóstico do serviço de Pneumologia.
Do século XVI, o edifício começou por alojar ordens religiosas, no século XIX passou a ser um asilo e, durante todo o século XX, sanatório, tendo sido a última unidade de internamento especializada em doentes com tuberculose em Portugal, ao deixar de receber doentes com tuberculose multirresistente, em 2008, por falta de condições.
Comentários
Regras de conduta dos comentários