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Especialista do Observatório do Pinhal do Rei demite-se com críticas

Um membro especialista do Observatório do Pinhal do Rei apresentou hoje a demissão, com críticas ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), ao Governo e à coordenadora do organismo, referindo que há "falta de vontade política".

Especialista do Observatório do Pinhal do Rei demite-se com críticas
Notícias ao Minuto

18:30 - 19/06/19 por Lusa

País ICNF e Governo

Numa carta dirigida à presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande e coordenadora do Observatório do Pinhal do Rei, Cidália Ferreira (PS), Ricardo Vicente anunciou a sua demissão, referindo que, apesar de ter sido produzido um parecer "muito relevante sobre o Relatório da Comissão Científica", o especialista considera que o Observatório "não está a responder às suas principais responsabilidades".

"Ao nível da sua coordenação e, também, ao nível do ICNF, não há vontade política para que esta instituição responda aos seus compromissos, que estão espelhados no despacho da sua criação", afirma.

Ricardo Vicente acrescenta na missiva, a que a agência Lusa teve acesso, que "também o ministro da Agricultura e Florestas, Luís Capoulas Santos, e o secretário de Estado das Florestas, Miguel Freitas, "desconsideraram" os elementos do Observatório.

"Vieram à Marinha Grande um ano após os fogos para apresentar o Relatório da Comissão Científica, onde participaram várias instituições de ensino superior, solicitaram a emissão de um parecer em poucos dias, e quando nos enviaram o dito relatório, havia vários capítulos inacabados e outros por fazer, como comprova o parecer" daquela entidade criada para contribuir para a recuperação da Mata Nacional de Leiria.

Segundo o engenheiro, esta entidade deve reunir-se mensalmente, mas a última reunião foi a 11 dezembro de 2018 para finalização do parecer emitido.

"Há meio ano que não reunimos e já estamos em período de risco de incêndio. No dia 5 de abril de 2019 propus que fosse convocada nova reunião do Observatório, pois não considero admissível que vários meses depois do envio do parecer ao ICNF os membros do Observatório não tenham tido qualquer 'feedback'", salientou Ricardo Vicente.

O engenheiro agrónomo lamentou ainda que o parecer não tenha sido enviado a todos aos executivos das Câmaras Municipais e Assembleias Municipais das áreas abrangidas pelas Matas Litorais ardidas.

Sem respostas, Ricardo Vicente afirma que foi após uma pergunta ao Governo, realizada pelo Bloco de Esquerda, que o ICNF "tomou a iniciativa de divulgar o parecer emitido, assim como a versão final do Relatório da Comissão Científica".

"É uma enorme falta de consideração pelo empenho e trabalho realizado pelos membros deste Observatório que não tenha sido o ICNF a informar-nos que este trabalho estava concluído e que não tenhamos tido qualquer resposta relativamente às sugestões que realizámos. Dei conta à coordenação destes factos no dia 18 de maio, já passou um mês, mas nem estes acontecimentos parecem ser suficientes para que o Observatório volte a reunir", criticou.

A agência Lusa pediu um comentário ao Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, que tutela o ICNF, estando a aguardar resposta.

A Câmara Municipal da Marinha Grande também foi contactada, mas até ao momento não houve resposta.

O Observatório do Pinhal do Rei foi criado na sequência do incêndio de outubro de 2017, que devastou mais de 80% da Mata Nacional de Leiria.

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