"O balanço que fazemos é o mais positivo. E, desde o início, o que dizemos é que é fundamental que a gestão dos parques naturais e das áreas protegidas tenham o envolvimento dos agentes locais. Este projeto-piloto foi isso mesmo e já teve o seu maior fruto. Foi aprovado há cerca de 10 dias o diploma que faz com que este projeto-piloto, no fundo, se alargue a todo o território [nacional]", afirmou à agência Lusa João Pedro Matos Fernandes.

O governante deslocou-se hoje ao Centro de Interpretação da biodiversidade "Terras de Idanha", em Segura, no distrito de Castelo Branco, para presidir à cerimónia do segundo aniversário do Projeto-Piloto do PNTI.

O ministro do Ambiente e da Transição Energética sublinhou que assim que o diploma estiver publicado e promulgado todos os parques e áreas protegidas do país vão passar a ser geridas por uma comissão de cogestão, presidida por um autarca e onde o Instituto da Conservação da natureza e das Florestas (ICNF) terá sempre um papel nuclear.

"Não estamos aqui a tirar nenhumas competências ao ICNF. Por exemplo, as competências de licenciamento de uma atividade mantêm-se nas mãos do ICNF. Agora, não faz sentido é conjugar o verbo conservar de maneira isolada. É fundamental conjugar esse verbo ao mesmo tempo que se conjuga o verbo valorizar", disse.

João Pedro Matos Fernandes realça que foi isso que aconteceu no PNTI, com projetos muito simbólicos.

"Já investimos neste projeto de cogestão cerca de 350 mil euros, não só a suportar a gestão, como a financiar projetos da maior relevância", sustentou.

Adiantou que é com gosto que vê a Quercus a desenvolver no PNTI um projeto de compatibilização da atividade cinegética com a compatibilização da natureza e, da parte do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), um outro projeto no domínio da sensibilização e da promoção do parque.

Segundo o ministro, este último projeto vai ser um modelo para o país todo.

"Foi feito aqui um trabalho notável, liderado pelas autarquias e com o ICNF", concluiu.

O novo modelo envolve os vários municípios abrangidos pela área de intervenção do PNTI, uma organização não-governamental ambiental (Quercus), o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), a Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB) e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), com o propósito de concretizar o projeto-piloto para a sua gestão colaborativa.