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Pedrógão Grande: Nodeirinho evocou os 11 mortos com poesia e cânticos

Poesia, cânticos, orações e alguma comoção dominaram hoje uma evocação pública em Nodeirinho, aldeia do concelho de Pedrógão Grande onde morreram 11 pessoas no incêndio de 17 de junho de 2017.

Pedrógão Grande: Nodeirinho evocou os 11 mortos com poesia e cânticos
Notícias ao Minuto

21:52 - 16/06/19 por Lusa

País Pedrógão Grande

Dezenas de moradores, incluindo aqueles que há dois anos perderam familiares, reuniram-se junto ao Memorial da Fonte da Vida, numa vigília em que homenagearam os 66 mortos e mais de 200 feridos da tragédia, com especial ênfase nos membros da comunidade de Nodeirinho e em Gonçalo da Conceição Correia, que integrava os Bombeiros Voluntários de Castanheira de Pera e que faleceu em 19 de junho de 2017, devido à gravidade das queimaduras.

Dina Duarte leu um texto de celebração da vida, o qual concluiu citando parcialmente o poema "Pedra Filosofal", de António Gedeão, imortalizado pelo cantor Manuel Freire.

Para a moradora, mulher do pintor e artista plástico João Viola, que concebeu o memorial, inaugurado em 2018, na passagem do primeiro aniversário do grande incêndio, importa "acreditar que o sonho comanda a vida".

O bombeiro da Castanheira de Pera Rui Rosinha, que ficou incapacitado de trabalhar devido aos ferimentos que sofreu no combate às chamas, também compareceu no local, no distrito de Leiria.

E, sentado numa cadeira de rodas, procurou transmitir aos presentes uma mensagem de esperança.

"Vamos viver uma vida diferente, mas vamos conseguir de alguma maneira levar a vida para a frente", disse.

Para Rui Rosinha, que expressou "uma palavra de muita força para todos", os últimos dois anos "foram difíceis" para ele e, em geral, para a população da região.

"[Estes anos] serviram para cada um de nós perceber que somos pequeninos e que queremos ter muita força", disse.

"Algo de novo tem de acontecer dentro de nós", defendeu, por sua vez, Paula Alves, da Associação Fazedores da Mudança.

"O tempo não cura a dor. O que verdadeiramente cura a dor é o amor", acrescentou.

Na cerimónia de várias horas, foi guardado um "minuto de silêncio de gratidão à terra" e foram apresentadas as contas da construção e manutenção do monumento local, custeado com donativos diversos.

O programa terminou com a partilha de um bodo e um concerto de taças tibetanas por João Viola, entre outras atividades.

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