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Protesto em escola do Porto em solidariedade com professora agredida

Cerca de duas dezenas de pessoas, entre pais e professores, manifestaram-se hoje junto à Escola Básica da Torrinha, no Porto, em solidariedade com uma docente deste estabelecimento que foi agredida em fevereiro por uma encarregada de educação.

Protesto em escola do Porto em solidariedade com professora agredida
Notícias ao Minuto

19:43 - 14/06/19 por Lusa

País Torrinha

"Mais do que um protesto, esta é uma iniciativa solidária. Estamos contra a violência. Não podemos fazer de conta que não existiu. Passado menos de 48 horas realizou-se um desfile de carnaval na escola como se nada tivesse acontecido. Estamos solidários com a professora Lígia Pinto e com todos quantos sofrem qualquer tipo de agressão", descreveu, aos jornalistas, Margarida Fernandes, promotora do protesto.

Lígia Pinto, professora há 17 anos e a lecionar na escola da Torrinha há sete, foi agredida em fevereiro por uma mãe, uma agressão descrita à época pela PSP como "a soco e pontapé".

A professora está de baixa a aguardar o desfecho de um concurso de mobilidade por doença.

Em declarações à agência Lusa, Lígia Pinto avançou que não pretende regressar à escola da Torrinha devido a "ausência de condições psicológicas" e lamentou que a direção da escola tenha "acolhido a agressora e mandado a vítima para casa".

"Sinto zero apoio, um abandono total, à exceção destes pais e de alguns colegas. Aconteceu um crime público aqui, mas a direção hipotecou o meu futuro. Estou em casa, onde não queria estar, porque queria estar na escola a ensinar os meninos. A escola acolheu a agressora que continua a vir à escola entregar os filhos, mas mandou a vítima para casa", disse Lígia Pinto, numa entrevista interrompida por abraços de crianças, seus alunos até à data da agressão, que a iam cumprimentar esta tarde junto à escola.

"A relação emocional que tinham com a professora deles foi-lhes roubada. Os nossos filhos [com idades próximas ou iguais a sete anos] gostavam e gostam da Lígia [Pinto]. Mas, os nossos filhos, no primeiro ano do seu percurso escolar, viram a professora ferida e no chão. Sentimos que ficaram alterados e afetados e sentimos um vazio de medidas e explicações dos responsáveis", contou, por sua vez, Margarida Fernandes.

Este caso já gerou por parte de um agregado familiar de crianças da turma 1.º B, à qual Lígia Pinto dava aulas e à qual não pertencem os filhos da mãe agressora, exposições a várias entidades, nomeadamente Câmara do Porto, Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares e Ministério da Educação.

À Lusa, Lígia Pinto revelou que já falou, via telefone, com o secretário de Estado da Educação: "Ligou-me pessoalmente para mostrar repúdio e solidariedade, mas não há eficácia nas respostas", contou.

"Educação sim, violência não!" ou "Batam nos tambores e não nos professores" foram algumas das frases entoadas esta tarde junto à escola da Torrinha.

Já nos cartazes e faixas lia-se, entre outras frases, "Professora agredida, comunidade ferida!" ou "Em escola onde há educação, não há lugar a agressão".

A agência Lusa contactou via telefone a direção do Agrupamento de Escolas Rodrigues de Freitas, ao qual pertence a Escola Básica da Torrinha, mas os responsáveis não quiseram comentar este protesto.

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