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10 de Junho. "Não somos um país poderoso em coisa nenhuma"

Miguel Sousa Tavares e Paulo Portas estiveram hoje, frente a frente, a discutir Portugal e o que é ser português.

10 de Junho. "Não somos um país poderoso em coisa nenhuma"

No Dia de Portugal, Miguel Sousa Tavares e Paulo Portas estiveram num frente a frente, no Jornal das 8, na TVI, a discutir Portugal e o que é ser português.

Miguel Sousa Tavares começou por assumir que tem aversão ao dia 10 de junho devido ao seu passado histórico, quando o Dia de Portugal “se chamava Dia da Raça”. O comentador frisa que essa “questão da raça marcou muito” e trouxe alguma negatividade a um dia que devia ser festivo.

Já sobre a identidade portuguesa, o também escritor considera que os portugueses sofrem da “fatalidade” de estarem sempre descontentes com quem governa e com o país que temos, mas que não fazem nada para ajudar a construir uma nação mais forte.

Não está escrito em lado nenhum que Portugal tem de ser um país grandioso e nós temos um bocado essa mania. Temos é de ser um país razoavelmente bem sucedido e razoavelmente feliz para quem cá vive e, em muitas coisas, somos um país incomparavelmente bom para se viver, mas às vezes, muito mal governado e que se deixa governar muito mal também. Sofremos de uma espécie de fatalidade de estar sempre contra, estar sempre descontentes, exigindo coisas que o país não pode dar. Não somos um país rico em matérias-primas, não somos um país poderoso em coisa nenhuma, somos um país que tem as suas qualidades e é por essas que nos devemos debater”, descreveu.

E pelo que é que nos devemos debater? Miguel Sousa Tavares explica: “O país tem de ser construído por todos porque senão, não faz sentido termos dias ‘10 de junho’. Não somos todos Cristianos Ronaldos, somos cidadãos normais e temos de nos concentrar naquilo que é essencial e, para mim, aquilo que é essencial em Portugal é a nossa identidade, é o que nos distingue dos outros e é nisso que eu acho que facilmente damos de barato, vendemos aquilo que temos”.

Já Paulo Portas diz estar “confortável” com o país onde nasceu. O antigo líder do CDS-PP começou por garantir que se sente “bastante bem como português” e sublinhar a sorte de quem vive em Portugal.

Às vezes não damos o devido valor às certezas que podemos ter em Portugal e que outros países não têm e brigam por causa disso. Uma delas é sermos, desde que nascemos, uma só nação, ou seja, podemos viver ansiosamente com os nossos problemas, mas tranquilamente com a nossa identidade. E isso é uma coisa que a mim me descansa muito”, explicou.

Já outras das “coisas” que o vice primeiro-ministro defende que fazem “muito bem à nossa tranquilidade e à reputação de Portugal” é o povo luso não ter “disposição, nem inclinação para a violência, nem para os extremos”.

Paulo Portas realça ainda as vantagens de Portugal ser visto por muitos como a “periferia” da Europa.

Um dos exemplos que dividiu e castigou muito a Europa, nos últimos 10 anos, é a questão das migrações desordenadas. Portugal está a 600 quilómetros da fronteira do terrorismo e nunca teve um atentado terrorista grave, ao contrário de Madrid, onde houve vários e graves. Portugal. Portanto, a nossa periferia dá-nos uma grande tranquilidade, porque não estamos no radar de problemas que tornam as sociedades violentas”, concluiu.

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