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Atividade policial não baixou depois de apelo para "proatividade nula"

A direção nacional da PSP garantiu hoje que não registou até ao momento qualquer "baixa de produtividade na atividade operacional" depois de um grupo de polícias ter anunciado que desde 21 de maio desempenha funções com "proatividade nula".

Atividade policial não baixou depois de apelo para "proatividade nula"
Notícias ao Minuto

19:21 - 31/05/19 por Lusa

País PSP

Um grupo de polícias criou através das redes sociais o Movimento Zero para protestar contra as condições de trabalho, baixos salários e os recentes acontecimentos, como o julgamento do caso da Cova da Moura, em que oito polícias foram condenados, e o caso que envolveu confrontos entre agentes e moradores do bairro da Jamaica, no Seixal.

Este movimento, que reúne atualmente mais de cinco mil polícias e garante que está em crescimento, troca mensagens na aplicação de telemóvel Telegram e alega que enviou uma carta ao Presidente da República, primeiro-ministro, ministro da Administração Interna e direção nacional da PSP.

Na carta, a que Lusa teve acesso, os polícias referem que desde 21 de maio estão a "desempenhar as funções com proatividade nula", sendo esta a primeira medida de protesto.

"Não efetuamos abordagens a viaturas ou cidadãos, não interviremos em situações de alteração de ordem pública sem que se encontrem totalmente reunidas as condições de segurança, nem levantamos autos contraordenacionais, salvo nas situações estritamente necessárias", lê-se na missiva.

Numa nota enviada à Lusa, a direção nacional da PSP refere que não tem conhecimento deste movimento, mas avançou que, até ao momento, não tem registo de "uma baixa de produtividade" na atividade operacional diária.

"O único comentário que temos a fazer é que a direção da PSP continua e continuará a defender os interesses dos seus polícias e que tudo fará para que tenham e possam vir a ter melhores condições de trabalho, numa missão difícil mas sempre com o foco da segurança pública e da segurança dos nossos concidadãos", refere ainda a direção nacional da Polícia.

Na carta, os polícias, que se dizem independentes e sem representação sindical, criticam também a falta de apoio da PSP e do Ministério da Administração Interna em matérias que afetam os agentes desta força de segurança há largos anos.

"Mais do que nunca, estamos preocupantemente desmotivados e crentes que a nossa integridade institucional está cada vez mais desacreditada, e que qualquer intervenção musculada, e legitimada, para com um cidadão de diferente etnia seja alvo de censura política/organizacional nos órgãos de comunicação social e redes sociais, mesmo antes de um inquérito disciplinar e/ou criminal", frisam os polícias.

Na missiva, frisam ainda que Portugal é o quarto país mais seguro do mundo, e esse facto deve-se "ao excelente profissionalismo, formação e proatividade dos homens e mulheres das forças de segurança deste país que muito fazem apesar das muitas limitações humanas e materiais no universo policial".

Fonte policial disse à Lusa que este movimento é sobretudo composto por polícias das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues, disse à Lusa que este movimento atua de forma reservada e funciona como alternativa.

"Não há um rosto", afirmou o presidente do maior sindicato da PSP, sublinhando que a maioria das exigências deste movimento são há muito reivindicadas pelas estruturas sindicais.

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