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Polícias pedem demissão de sindicalista que diz haver racismo na PSP

Manuel Morais volta a ser o alvo da fúria dos agentes da Polícia de Segurança Pública.

Polícias pedem demissão de sindicalista que diz haver racismo na PSP
Notícias ao Minuto

08:56 - 25/05/19 por Patrícia Martins Carvalho

País Racismo

Vários agentes da Polícia de Segurança Pública estão a exigir a demissão de Manuel Morais da vice-presidência da Associação Sindical de Profissionais de Polícia (ASPP/PSP). Em causa, estão, novamente, declarações do coordenador de equipa no Corpo de Intervenção relativamente à existência de comportamentos racistas e xenófobos por parte dos agentes da autoridade.

Esta opinião já havia sido expressada, há cerca de um ano, num trabalho que fez a propósito do seu mestrado e a que deu o título ‘Relações das polícias com os jovens dos bairros periféricos’.

Esta semana, Manuel Morais voltou a apontar a necessidade de combater o “preconceito racial” que existe entre os agentes da PSP numa reportagem transmitida pela SIC e que coincidiu com a condenação de 8 dos 17 polícias da esquadra da Alfragide que estavam acusados, entre outros, dos crimes de sequestro, denúncia caluniosa, racismo e xenofobia.

A participação de Manuel Morais na referida reportagem levou à criação de uma petição pública na qual é pedida a “demissão” do agente da vice-presidência da ASPP/PSP.

Os peticionários admitem que “em todos os lados há pessoas menos válidas” e, assim, consideram que Manuel Morais “está a mais” na polícia “porque ainda não percebeu que a essência de ser polícia não está na violência”.

Esta posição é defendida com base nas declarações do agente do Corpo de Intervenção sobre o racismo dos polícias, algo que o autor da petição – que não se identifica – rejeita perentoriamente. “Se há algo de que me orgulho, é de ter a consciência que jamais tratei um cidadão de forma diferente por este pertencer a qualquer etnia ou ter uma cor diferente da minha”, nem mesmo, sublinha, nos “tempos de juventude, em que percorria os típicos bairros da Amadora, onde éramos apedrejados e cuspidos, como se fôssemos excremento”. 

Mesmo aí, nunca vi ninguém usar da condição policial para ser arrogante, xenófobo ou racista

A direção da ASPP/PSP ainda não tomou uma posição clara a respeito deste pedido de demissão. No entanto, num comunicado divulgado ontem, a associação sindical dirigida por Paulo Rodrigues garante que “desconhecia a reportagem, o seu conteúdo, bem como a participação do seu vice-presidente Manuel Morais”.

Lembrando que “já num passado recente a ASPP/PSP se confrontou com as conclusões de uma tese sobre o racismo nas polícias”, a direção sindical refere apenas que está agendada, para a próxima segunda-feira, uma reunião na qual “se discutirá toda a situação, bem como as ilações a retirar deste episódio”, pode ler-se no comunicado partilhado pelo sindicato na sua página oficial de Facebook. 

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