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Preocupada com ruído do novo aeroporto, Quercus sugere compensações

O ruído produzido pelo novo aeroporto no Montijo preocupa os ambientalistas da Quercus, que sugeriram hoje aos deputados criar um fundo de compensação para os habitantes da zona insonorizarem as habitações.

Preocupada com ruído do novo aeroporto, Quercus sugere compensações
Notícias ao Minuto

13:56 - 14/05/19 por Lusa

País Ambiente

Numa audição hoje no parlamento, o presidente da Associação Nacional de Conservação da Natureza Quercus, Paulo do Carmo, disse ser "aceitável" a escolha da localização Montijo, quando comparada com a localização da mesma infraestrutura em Alcochete.

"Um aeroporto em Alcochete seria uma situação catastrófica em termos ambientais", defendeu o ambientalista, considerando que um novo aeroporto de Lisboa nesta localização "seria muito mais desfavorável e com mais impactos" em termos ambientais.

"Montijo parece-nos aceitável", afirmou, argumentando que esta localização, comparada com a de Alcochete, "é um mal menor, desde que cumpridos requisitos de proteção do impacte" ambiental da nova estrutura.

A Quercus disse ainda que a acessibilidade principal ao aeroporto do Montijo devia ser ferroviária e insistiu que a maior preocupação é o ruído.

"Estamos a falar de uma densidade populacional bastante grande, as casas não têm condições de insonorização. E há muitas pessoas que vivem da reforma e não têm dinheiro para obras em casa", afirmou Paulo do Carmo, sugerindo a criação de um fundo de compensação "para adaptar" as casas a essa poluição sonora.

"Não defendo [a escolha da localização] o Montijo. Mas se o resultado do estudo de impacte ambiental for positivo e foram tomadas medidas, penso que é um mal menor", concluiu.

O Bloco de Esquerda (BE), que requereu a audição da Quercus, criticou o Governo por ter anunciado não existir plano B se não avançar no Montijo o projeto do novo aeroporto.

"O Governo procurou acelerar passos na resolução de aumentar a capacidade aeroportuária da região de Lisboa. Mas não existe apenas uma alternativa para atacar o problema. Há uma condicionante errada produzida pelo governo, a de que não há plano B", afirmou o deputado do BE Heitor de Sousa.

Em meados de abril, a ANA - Aeroportos de Portugal anunciou estar concluindo o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do aeroporto do Montijo, mas as conclusões não são ainda conhecidas, nem pelos ambientalistas nem pelos deputados.

A ANA e o Estado assinaram em 08 de janeiro o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 para aumentar o atual aeroporto de Lisboa (Humberto Delgado) e transformar a base aérea do Montijo no novo aeroporto de Lisboa.

Em 4 de janeiro, o então ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, assegurou que vão ser integralmente cumpridas eventuais medidas de mitigação definidas no estudo de impacto ambiental.

O primeiro-ministro, António Costa, por seu turno, afirmou que apenas aguarda o EIA para a escolha da localização do novo aeroporto ser "irreversível".

Em 11 de janeiro, António Costa admitiu que "não há plano B" para a construção de um novo aeroporto complementar de Lisboa caso o EIA chumbe a localização no Montijo e voltou a garantir que "não haverá aeroporto no Montijo" se o EIA não o permitir.

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