Santos Silva quer robustecer Europa defendendo demografia e economia
O ministro dos Negócios Estrangeiros considerou hoje que é preciso robustecer a Europa, respondendo ao desafio da demografia com políticas de migração abertas, da economia com a construção de um orçamento comum, e respeitando o Estado de Direito.
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País Negócio
Todos os que acham que é importante reforçar a Europa devem responder aos desafios colocados, considerou Augusto Santos Silva na abertura do 'open day' da Direção-geral dos Assuntos Europeus, a propósito do Dia da Europa, que se assinalou na quinta-feira.
"A melhor maneira [de defender a Europa] é continuar a robustecer a nossa casa comum, assumindo os desafios", afirmou.
Para Santos Silva, um dos principais desafios que a Europa enfrenta hoje é o da demografia.
"Não há pujança demográfica no velho continente", admitiu, referindo que existe, no entanto, uma solução.
"A solução para combater o envelhecimento das populações é manter políticas de migração abertas", defendeu, ressalvando, no entanto, que "isso não quer dizer escancaradas ou irregulares".
O ministro lembrou que, no ano passado, a Europa "sofreu uma das maiores vergonhas de sempre", quando alguns dos países não quiseram assinar o Pacto das Migrações.
Um segundo desafio que o aprofundamento da Europa enfrenta é económico, disse Augusto Santos Silva.
"A união económica e monetária não está completa e a sua completude tem de ser também o seu aperfeiçoamento", referiu, considerando que, se isso não acontecer, vão agravar-se os desentendimentos entre os Estados-membros da União Europeia.
Essa união "só é possível se construirmos instrumentos indispensáveis como um orçamento comum, como políticas monetárias comuns" que respondam "às próximas crises e processos de convergência", disse.
Por último, adiantou Santos Silva, "é preciso respeitar o Estado de Direito". Uma frase que assumiu não ter pensado alguma vez dizer, quando assumiu a pasta dos Negócios Estrangeiros, em 2015, mas que lhe parece ser hoje essencial face a vários exemplos de países europeus.
"A defesa do Estado de Direito passou de um pressuposto básico a um bem de que é preciso cuidar", concluiu.
Assinalado na quinta-feira, o Dia da Europa foi instituído em 1985 por proposta do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros francês Robert Schuman, que, a 09 de maio de 1950 - cinco anos após o final da II Guerra Mundial -, sugeriu à então República Federal da Alemanha, e a outros países que se quisessem associar, a criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA).
Esta comunidade viria a tornar-se a primeira de uma série de instituições europeias supranacionais que deram origem à atual União Europeia.
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