Tribunal julga homem suspeito de homicídio qualificado em Porto de Mós
O Tribunal de Leiria está a julgar um homem acusado de homicídio qualificado, pela morte da companheira, em abril de 2018, na freguesia do Juncal, em Porto de Mós, no distrito de Leiria.
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País Leiria
De acordo com o despacho de acusação a que a agência Lusa teve hoje acesso, o arguido, de 59 anos, motorista de profissão, "formulou" um plano para "matar" a mulher com quem vivia maritalmente.
No dia 18 de abril de 2018, o suspeito pediu à ex-mulher que lhe emprestasse um veículo de mercadorias, "dizendo-lhe que precisava do mesmo para fazer mudanças", pese embora não o tenha efetuado, "nem tivesse intenção de o fazer".
Depois de uma troca de automóveis, o suspeito "trocou de roupa e, após, sempre constante no propósito de matar a ofendida, dirigiu-se à residência de ambos".
"Ainda na execução do plano previamente traçado, entrou na sua residência, retirou um televisor LCD que se encontrava na sala e colocou-o na parte de carga da carrinha. Depois, entrou novamente em casa, tendo nessa altura chegado a ofendida. Surpreendida com a presença do arguido, perguntou-lhe porque é que ele estava em casa àquela hora, ao que o arguido lhe disse que não se sentia bem e por isso tinha ido a casa almoçar", lê-se no despacho de acusação.
A mulher dirigiu-se à cozinha para preparar o almoço e sentou-se à mesa para almoçar. "O arguido colocou umas luvas de borracha e agarrou numa faca de cozinha com cerca de 25 cm de comprimento. Encontrando-se a ofendida de costas, abeirou-se daquela por trás" e degolou-a.
A mulher virou-se e acabou por ser esfaqueada em várias partes do corpo. "A ofendida tentou defender-se, pondo os braços para a frente e fugindo pela cozinha", mas o arguido perseguiu-a, agredindo-a com "vários golpes".
Com a mulher no chão, o suspeito abriu várias gavetas e armários, de modo a fazer crer que tinha ocorrido um assalto.
Depois de se ter livrado da roupa suja de sangue, faca e luvas, voltou mais tarde a casa. Depois de ter entrado, dirigiu-se para a rua e começou a gritar a pedir socorro, "afirmando aos que, nessa sequência, acorreram ao local, que se tinha acabado de deparar com a ofendida no chão da residência, não sabendo o que se tinha passado, mas assinalando a falta do televisor, de um fio em ouro e de uma pulseira em ouro, de modo a que pensassem ter-se tratado de uma assalto".
"Agiu ainda o arguido de forma calculada, preparando a execução do crime com calma e reflexão, revelando insensibilidade, indiferença e persistência na execução", considera o despacho do MP.
A próxima sessão do julgamento está agendada para o dia 04 de junho.
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