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CTT, Graça Machel e Unicef pedem apoios à reconstrução de Moçambique

Os CTT - Correios de Portugal e a ativista moçambicana Graça Machel juntaram-se à Unicef num apelo para a recolha de donativos para a reconstrução de Moçambique, disse hoje aquela organização internacional.

CTT, Graça Machel e Unicef pedem apoios à reconstrução de Moçambique
Notícias ao Minuto

15:00 - 06/05/19 por Lusa

País Ciclones

Moçambique, devastado, no espaço de seis semanas, por dois ciclones -- Idai e Kenneth - precisa de reconstruir cidades, hospitais, escolas e infraestruturas básicas, entre outros, um trabalho que vai demorar muito tempo e requer o envolvimento de todos, defende a Unicef num comunicado divulgado hoje.

Para a diretora executiva da Unicef Portugal, Beatriz Imperatori, "o caminho para a recuperação em Moçambique será longo".

"O nível de devastação é tão grande que é fundamental garantirmos o apoio de todos em cada etapa deste caminho", disse.

"Porém acreditamos que com o apoio logístico dos CTT, o nosso parceiro de longa data, e a solidariedade dos portugueses a Unicef conseguirá continuar a ajudar estes milhares de crianças e as suas famílias a reconstruirem as suas vidas", afirmou a responsável em Portugal da organização internacional de defesa dos direitos das crianças.

Assim, os CTT vão distribuir 150 mil cartas da Unicef nas caixas de correio dos portugueses, através da sua rede de operações de distribuição.

A empresa Correios de Portugal anunciou também hoje, em comunicado, que já tinha enviado para Moçambique cerca de 70 toneladas de donativos dos portugueses recolhidos nas suas 538 lojas espalhadas pelo país.

Na sequência dos danos causados pelos ciclones Idai, em março, e Kenneth, em abril, os CTT disponibilizaram 200 mil embalagens solidárias na iniciativa "Feito de Esperança", para o envio de roupas para aquele país, em parceria com os Correios de Moçambique.

Perante esta iniciativa, "a adesão dos portugueses foi estrondosa e a enorme manifestação de solidariedade levou a que, em menos de 24 horas, fosse atingido o objetivo definido com os Correios de Moçambique", referem hoje os CTT em comunicado.

Assim, nas últimas semanas, os CTT estiveram a operacionalizar o envio dos donativos dos portugueses, explicou a empresa.

Cerca de 1,5 toneladas seguiram de avião e o restante foi enviado via marítima. Ao todo, chegaram a Moçambique oito contentores de donativos, o que representa um total de cerca de 70 toneladas de roupa doada pelos portugueses, especificou a empresa.

Os donativos dos portugueses foram recebidos em Moçambique pelos Correios de Moçambique, parceiros da iniciativa, e encaminhados para o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), para posterior redistribuição pelas vítimas dos ciclones.

Para Miguel Salema Garção, diretor de Marca, Comunicação e Sustentabilidade dos CTT, "a responsabilidade social e cidadania empresarial fazem parte do ADN dos CTT e desde a primeira hora que a empresa procurou ajudar Moçambique. Agora, os CTT voltam a associar-se a esta causa, apoiando a iniciativa da Unicef com quem mantemos uma relação há vários anos", afirmou, citado no comunicado.

Graça Machel, Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade, e que foi também mulher do primeiro Presidente de Moçambique, Samora Machel, e depois do presidente da África do Sul Nelson Mandela, dá voz ao apelo da Unicef para a reconstrução das zonas afetadas do país, relatando na primeira pessoa a sua experiência no terreno, adianta a organização internacional de defesa dos direitos das crianças.

"Estas crianças estão a passar por um sofrimento que nenhum de nós consegue sequer imaginar. Precisam de ajuda -- da ajuda do povo português -- para que consigam escapar da ameaça da cólera, da subnutrição, da exploração, e dos efeitos que mais tarde se farão sentir porque não puderam ir à escola todos os dias", alertou Graça Machel, citada no comunicado.

"Na sequência do ciclone Idai toda a zona central de Moçambique ficou afetada. Nesta região, as necessidades são ainda muito profundas, com um milhão de crianças a precisarem de assistência humanitária, com o registo de cerca de 6.500 casos de cólera e 14.800 de malária desde o Ciclone Idai", afirmou, por seu turno, a Unicef.

Uma situação que se agravou, nos últimos dias, com a passagem do ciclone Kenneth na província de Cabo Delgado, na zona norte de Moçambique, sublinhou.

"As crianças e famílias da região centro e norte de Moçambique necessitam de apoio de emergência, mas também de suporte de longo prazo para poderem reconstruir as suas vidas, criar os seus meios de subsistência, voltar à escola e ao trabalho", considerou.

Segundo estimativas das autoridades moçambicanas, o ciclone Idai provocou 603 mortos e o Kenneth 41.

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