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'Águas mil de abril' ajudaram mas não chegaram para acabar com a seca

Portugal continental registou em abril uma diminuição da área em seca meteorológica, com exceção das regiões a sul do rio Tejo, devido aos elevados valores de precipitação registados, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). E para complicar, o mês de maio chegou quente, com os termómetros a baterem os 30ºC.

'Águas mil de abril' ajudaram mas não chegaram para acabar com a seca
Notícias ao Minuto

07:43 - 02/05/19 por Lusa com Notícias ao Minuto

País IPMA

De acordo com índice meteorológico de seca (PDSI) disponível no site do IPMA, a 30 de abril verificou-se uma diminuição da área em seca meteorológica e da sua intensidade, mantendo-se apenas as regiões a sul do rio Tejo em situação de seca.

No final do mês, 27,9% de Portugal continental estava em seca moderada, 26,4% em seca fraca, 23,7% em normal, 18,3% na classe de chuva fraca e 3,7% em seca severa.

Segundo o IPMA, esta diminuição da área em seca meteorológica é justificada pela elevada quantidade de precipitação registada em abril.

No final do mês de abril, e em relação ao final de março, verificou-se uma recuperação significativa dos valores de percentagem de água no solo em especial nas regiões do Norte e Centro e, em particular, nas regiões do litoral.

Na região sul ainda se mantêm valores inferiores a 20%, em especial nas regiões do baixo Alentejo e Algarve.

O IPMA classifica em nove classes o índice meteorológico de seca, que varia entre "chuva extrema" e "seca extrema".

Além do índice de seca, o Boletim Climatológico do IPMA, disponibilizado pelo instituto, indica que o mês de abril em Portugal continental classificou-se como normal em relação à temperatura do ar chuvoso em relação à precipitação.

"O valor médio da quantidade de precipitação foi superior ao valor normal e corresponde a cerca de 140% do valor medio mensal. Foi o 5.º abril mais chuvoso desde 2000 (mais chuvosos em 2000, 2008, 2016 e 2018)", refere o relatório que acrescenta que o valor médio da temperatura média do ar foi inferior ao normal, sendo o 4.º valor mais baixo desde 2000.

O IPMA refere também que o valor médio da temperatura mínima do ar foi inferior ao normal, sendo o 3.º valor mais baixo desde 2000. "O valor médio da temperatura máxima do ar foi próximo do valor normal, no entanto também foi um dos valores baixos dos últimos 20 anos", é referido.

Mais, destaca o instituto, entre os dias 3 e 11 de abril registaram-se temperaturas do ar inferiores ao normal, sendo de realçar os dias 4 e 5 com anomalias de cerca de -5 graus Celsius. Também de 23 a 26 de abril foram registados valores de temperatura do ar inferiores ao normal.

Já no final do mês (de 26 a 29) verificaram-se valores de temperatura muito superiores ao normal em particular da máxima.

E maio chegou quente, com termómetros a baterem os 30ºC

No panorama geral, o IPMA prevê para hoje, dia 2, além de uma subida da temperatura máxima no litoral oeste, céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela durante a tarde, com possibilidade de ocorrência de aguaceiros e trovoada, em especial no interior.

No que toca às temperaturas, os distritos mais quentes serão os de Santarém, Setúbal, Évora e Beja, com previsão de 31ºC de máxima.

Como saber se estamos em seca?

De acordo com o IPMA, existem quatro tipos de seca: meteorológica, agrícola, hidrológica e socioeconómica. A seca meteorológica está diretamente ligada ao défice de precipitação, quando ocorre precipitação abaixo do que é normal.

Depois, à medida que o défice vai aumentando ao longo de dois, três meses, passa para uma seca agrícola, porque começa a haver deficiências ao nível da água no solo.

Se a situação se mantiver, evolui para seca hidrológica, quando começa a haver falta de água nas barragens. Existe também a seca socioeconómica, que é considerada quando já tem impacto na população.

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