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Europa e Ásia em parceria fora do "esquema das alianças clássicas"

O Presidente da República considerou hoje que países europeus e potências asiáticas estão a aproximar-se da China e a procurar uma parceria que "ultrapassa o esquema das alianças clássicas" em áreas como as interconexões e alterações climáticas.

Europa e Ásia em parceria fora do "esquema das alianças clássicas"
Notícias ao Minuto

13:34 - 27/04/19 por Lusa

País Marcelo

Marcelo Rebelo de Sousa fez esta análise após participar, em Pequim, na segunda edição do fórum "Faixa e Rota", iniciativa chinesa de investimento em infraestruturas da Ásia à Europa, em que estiveram presentes perto de 40 chefes de Estado e de Governo e também o secretário-geral das Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.

"O que eu senti aqui é que há um grupo crescente de países que sente que é inevitável manter portas abertas para este tipo de diálogos", afirmou o Presidente da República aos jornalistas, num hotel da capital chinesa.

No seu entender, está em curso "um movimento, que em si mesmo é positivo para o mundo, quer na Ásia, de diálogo, de aproximação e de cooperação entre potências asiáticas, e de reforço da aproximação entre a Europa, nomeadamente a União Europeia, e a China".

Marcelo Rebelo de Sousa destacou "a presença do Presidente Putin" neste encontro em Pequim, referindo que "esteve presente em permanência e que acompanhou muito atentamente o que se passava, significando também aí um diálogo e uma aproximação que são significativos".

Questionado se não pode tratar-se de uma união estratégica contra os Estados Unidos da América, o chefe de Estado respondeu: "Podia ser entendido assim, mas não foi essa a disposição de países por exemplo da União Europeia que afirmaram claramente - é o caso de Portugal - o relacionamento com os Estados Unidos da América".

"Os Estados Unidos da América são nosso aliado, enquanto a China é apenas um parceiro e, portanto, há um grau mais íntimo de ligação com os Estados Unidos do que com a China", frisou, reiterando uma mensagem que tem repetido a propósito das relações luso-chinesas.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que "outros países da União Europeia e da NATO estão nessa posição, são aliados dos Estados Unidos da América e não são aliados da China, obviamente.

"Mas isto significa que a nível mundial há problemas que são tão graves e tão óbvios que se ultrapassa o esquema das alianças clássicas para encontrar uma forma de parceria em termos de resolver esses problemas. É o caso das relações e interconexões, do digital e das ligações físicas. É o caso das alterações climáticas", acrescentou.

"E depois, de alguma maneira, o combate à pobreza no mundo e a tentativa de superação das desigualdades. Isso ultrapassa as meras estratégias geopolítico-militares que possa haver, e que há, e que são diferenças entre si", completou.

O Presidente da República ressalvou que em termos geopolíticos "é evidente que cada qual tem a sua estratégia: há uma estratégia europeia, há uma estratégia americana, uma estratégia russa, uma estratégia chinesa".

No entanto, argumentou que há que distinguir o plano das "alianças políticas ou militares" dos setores em que é possível haver uma "parceria competitiva" e das "áreas de parceria cooperativa, como as alterações climáticas, o digital, as interconexões, a energia".

"Aí, não há como não cooperar. Não cooperar é impossível", defendeu.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu que durante este fórum em Pequim conversou, entre outros, com os presidentes de Moçambique, Filipe Nyusi, do Chile, Sebastián Piñera, e do Chipre, Nicos Anastasiades, com quem tem "uma troca de visitas mais ou menos apalavrada".

"Depois até aconteceu poder encontrar pontualmente - mas isso vai ser retomado na visita de Estado - o Presidente chinês, e também pontualmente o Presidente russo", relatou, comentando: "Foram muito os encontros e muito interessantes".

Segundo a lista divulgada pela China, participaram neste encontro os chefes de Estado ou de Governo de 37 países, dez dos quais europeus: Itália, Grécia, Áustria, Chipre, Hungria, República Checa e Portugal, Bielorrússia, Sérvia e Suíça.

Os outros participantes, maioritariamente asiáticos, foram Azerbaijão, Brunei, Camboja, Cazaquistão, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Mongólia, Myanmar, Nepal, Paquistão, Quirguistão, Rússia, Singapura, Tajiquistão, Tailândia, Uzbequistão e Vietname e do Djibouti, Egito, Etiópia, Quénia e Moçambique, Chile e Papua Nova Guiné.

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