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Macau compreendeu desafio político após declaração conjunta luso-chinesa

Macau, China, 13 abr 2019 (Lusa) -- O presidente do Instituto Internacional de Macau e ex-governante no território disse hoje à Lusa que a população local entendeu o desafio político da transição após a declaração conjunta luso-chinesa, que foi assinada há 32 anos.

Macau compreendeu desafio político após declaração conjunta luso-chinesa
Notícias ao Minuto

14:58 - 13/04/19 por Lusa

País Ex-governante

"Não obstante as apreensões e as dúvidas, que são inevitáveis em qualquer período de mudança histórica, creio que a população de Macau soube compreender o desafio político que foi obrigado a enfrentar e fê-lo com louvável serenidade e dignidade", disse Jorge Rangel, que foi deputado e secretário para a Administração Pública, Educação e Juventude no antigo território administrado por Portugal.

A Declaração Conjunta Sino-Portuguesa sobre a Questão de Macau, assinada em 1987, marcou o início do processo de transição de Macau para a China, pondo-se termo, 25 anos depois do 25 de Abril, ao "ciclo do Império", segundo a expressão de numerosos historiadores, cujo princípio do fim teve início em Goa, em 1961.

Uma vez "definido o futuro de Hong Kong, todos sabiam que era chegada a nossa vez e o desejo de muitos era que os interesses da população, bem como a sua maneira de viver, fossem devidamente salvaguardados", sublinhou o ex-governante, que tutelou ainda em Macau os aspetos relacionados com a transição.

"Felizmente o diálogo, muito intenso e interessado entre as partes envolvidas, permitiu ultrapassar dificuldades e divergências, até se conseguir um acordo que foi considerado positivo, definindo todo o enquadramento político do processo de transição, que mais tarde, como membro do governo do General Vasco Rocha Vieira, de 1991 a 1999, pude acompanhar todos os dias até por ser matéria da minha tutela", recordou.

No dia em que se assinala o aniversário da declaração conjunta luso-chinesa, o presidente do instituto defendeu que, "quarenta anos volvidos, é justo reconhecer que a transição se processou em conformidade com os preceitos definidos" pelos dois Estados e pelo território, "respeitando e mantendo a singularidade" de Macau.

Após mais de 400 anos sob administração portuguesa, Macau passou a ser uma Região Administrativa Especial da China em 20 de dezembro de 1999, com um elevado grau de autonomia acordado por um período de 50 anos.

Jorge Rangel é presidente do Instituto Internacional de Macau desde dezembro de 1999.

Depois de ter dirigido os Serviços de Turismo e de Comunicação Social do Governo de Macau, de 1976 a 1981, integrou a equipa governativa do Contra-Almirante Vasco de Almeida e Costa, que foi governador do território de 1981 a 1986.

De 1976 a 1980, foi também deputado à Assembleia Legislativa de Macau, onde presidiu à comissão Permanente para Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

Entre 1991 e 1999 foi membro do Governo de Macau, durante todo o mandato do governador Vasco Rocha Vieira, tendo tutelado as áreas da Administração Pública, Educação e Juventude e também os Assuntos da Transição, incluindo a localização dos quadros, a transferência da administração e as cerimónias finais.

Para comemorar o aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre Portugal e a República Popular da China, o Instituto Internacional de Macau acaba de publicar o livro "Macau -- um Diálogo de Sucesso", da autoria de Fernando Lima, que acompanhou o processo negocial entre Portugal e a República Popular da China.

O prefácio é do embaixador António Martins da Cruz, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.

A sessão de lançamento será feita em meados de maio em Macau, com a presença do autor e do prefaciador, seguindo-se depois a sua apresentação em Lisboa e em Pequim.

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