"Soares escolheu governandor não militar para negociar com China"
O ex-governador de Macau Carlos Melancia disse à Lusa que foi nomeado em 1987 porque o então Presidente português, Mário Soares, queria um civil porque pensava ser o melhor, em termos formais, para negociar soluções com a China.
© Reuters
País Carlos Melancia
Por tradição, os Governadores de Macau eram militares. O primeiro governador não militar foi um médico e o segundo foi Carlos Melancia, que Governou Macau entre 1987 e 1990, precisamente após a assinatura da declaração conjunta entre Portugal e a China para a transferência do território para a administração chinesa.
"Mário Soares pensava que seria melhor um civil, em termos formais, a negociar soluções com a China, e para que houvesse um esforço de investimento para a autonomia", afirmou em entrevista à Lusa 32 anos depois de ter visto os chefes de governo de Portugal e da China assinarem a declaração.
"Eu acho que teoricamente o que é menos bem é ter-se escolhido sistematicamente para governador de Macau militares, o que não significa que eu não tenha consideração pela capacidade que os militares têm de gerir", considerou Carlos Melancia, que acabou por ficar também conhecido por ter sido acusado de envolvimento no caso do Fax de Macau, ligado ao concurso para o aeroporto do daquele território, tendo mais tarde sido absolvido pelos tribunais.
O antigo governador de Macau também defende que, naquela fase da história do território, reforçar as ligações com a China.
"Nessa altura fazia sentido que nós aparecêssemos com um Governador que fosse civil porque aquilo não era nenhum campo militar", afirmou.
E a partir daí Carlos Melancia assegura que não tomava "grandes decisões" sem falar com as autoridades chinesas.
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