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"Necessários mais militares" mas plano a apresentar hoje pode resolver

A secretária de Estado da Defesa reconhece que é necessário aumentar o recrutamento para o serviço militar e diz que tal vai acontecer com medidas a anunciar hoje, seja na formação e qualificação, seja na inserção na vida civil.

"Necessários mais militares" mas plano a apresentar hoje pode resolver
Notícias ao Minuto

07:01 - 12/04/19 por Lusa

País Ana Pinto

O Governo apresenta hoje um Plano de Ação para a Profissionalização, com base num estudo feito recentemente e que tem como pano de fundo haver pouca apetência dos jovens pelo serviço militar.

Segundo o estudo, o número de efetivos tem vindo a diminuir desde que o serviço militar deixou de ser obrigatório, mas especialmente nos últimos dez anos.

O plano será apresentado durante o seminário "Serviço Militar: Escolher um Futuro", que irá decorrer ao longo de todo o dia em Lisboa.

Em entrevista à agência Lusa, a secretária de Estado, Ana Pinto, reconheceu que "tem existido uma contração do efetivo em regime de contrato ou em regime de voluntariado", mas salientou que o Plano a apresentar hoje contempla medidas para inverter a situação e para cada ramo das Forças Armadas (FA).

E, com esse plano a cinco anos, acrescentou, espera-se capacidade para recrutar jovens e capacidade para os reter mais tempo.

"E temos várias medidas, designadamente o Regime Especial de Contrato, que alarga a capacidade de permanência no período de tempo ao serviço nas FA, e queremos ter também essa capacidade de reinserir esses profissionais no mercado de trabalho, quando termina o contrato. Temos uma série de medidas que procuram qualificar e certificar a formação que é dada nas FA para depois serem aplicadas no mercado de trabalho e inserir estes trabalhadores altamente capacitados e qualificados", resumiu a secretária de Estado.

Nas palavras de Ana Pinto, pretende-se com o "pacote" de medidas que é hoje apresentado tornar as FA atrativas e dar a conhecer melhor o percurso profissional que pode ser desenvolvido.

"Devemos ter em atenção que ao longo dos últimos 10, 15 anos há uma transformação significativa do ponto de vista da comunicação. Os jovens hoje não recebem os mesmos instrumentos de comunicação e não interpretam as mensagens da mesma forma que o faziam há 25 anos. É necessário desde logo estabelecer uma estratégia de comunicação que promova a imagem harmonizada das FA orientadas para o público alvo", disse.

Da estratégia, referiu, faz parte por exemplo permitir que eventuais candidatos a seguir o serviço militar o conheçam com antecedência, ou ter uma primeira experiência através de estágios profissionais.

A secretária de Estado lembrou que neste "pacote" insere-se também a medida já aprovada sobre o regime de contrato especial, que tem hoje um limite mais alargado, até aos 18 anos.

"É um elemento fundamental e estamos a trabalhar nessa regulamentação, de como isso se aplica aos vários ramos", disse.

Na entrevista, a responsável explicou que a figura que vai ser criada de gestor de carreira dos militares dos regimes de voluntariado e contrato é uma espécie de tutor que vai apoiar os jovens a fazer escolhas na carreira.

E, se o plano pretende atrair e manter os jovens nas FA, tem também uma preocupação com o depois das FA.

Ana Pinto considerou importante a reinserção no mercado de trabalho civil, havendo para isso gabinetes de orientação e de apoio.

A governante salientou que o plano que é hoje apresentado insere-se num "trabalho muito significativo" que tem vindo a ser feito, da revisão do regime de incentivos à regulamentação do apoio às propinas ou à recente medida de inserção dos militares no contrato de emprego (quando um militar termina o serviço nas FA vai para o centro de emprego e a empresa que o contrata tem benefícios do ponto de vista fiscal).

Das medidas que hoje são apresentadas, Ana Pinto destacou ainda a criação do Observatório do Serviço Militar (para diagnóstico e aperfeiçoamento e melhoria dos objetivos) e do Portal do Recrutamento (com uma mensagem adaptada às novas gerações e fácil de utilizar).

A secretária de Estado não adiantou quantos militares estão "em falta", mas disse acreditar que o plano que é hoje apresentado "irá inverter este decréscimo e capacitar as FA do ponto de vista dos recursos humanos".

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