Plataforma cívica reafirma impactos negativos do aeroporto no Montijo
A "Plataforma Cívica Aeroporto BA6 -- Montijo NÃO!" voltou hoje a contestar o impacto negativo do novo aeroporto na zona protegida do estuário do Tejo e na saúde da população, durante uma audição na Assembleia da República.
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País Parlamento
José Encarnação, um dos representantes, referiu que esta plataforma foi constituída "no sentido de um debate sereno que serve de resolução dos problemas" que a construção do aeroporto pode suscitar.
"Pedimos um estudo das alternativas, partindo do princípio de que existem alternativas" à construção do aeroporto no Montijo, indicou, no grupo de trabalho de concessão de audiências à comissão parlamentar de Ambiente.
Vítor Silveira, piloto aéreo e também membro da plataforma cívica, clarificou que "17 quilómetros vão ser sobrevoados em baixa altitude e todas as implicações desses voos vão lá estar", referindo-se aos "incómodos para a população e para o ambiente".
"Os aviões vão passar no Barreiro e Baixa da Banheira sobre casas sem isolamento térmico, sonoro e envelhecidas", explicou, referindo que o perfil do percurso que os aviões vão tomar vai afetar a zona protegida do estuário do Tejo.
Já Maria Luís Albuquerque, deputada do Partido Social-Democrata (PSD), contrapôs que a nível dos custos e da localização, "entre as várias alternativas que foram apontadas pelo Governo anterior", a Base Aérea 6 do Montijo (distrito de Setúbal) era a que melhor complementava o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, que "se encontra mais do que lotado".
"Além de ser uma oportunidade de desenvolvimento da região, é necessária esta expansão que vai acontecer na base do Montijo e rápido", afirmou, numa opinião partilhada pelo deputado do Partido Socialista (PS) José Manuel Carpinteiro.
O socialista salientou que "a segurança deve estar sempre salvaguardada, mas a decisão está tomada".
Não fechando portas à possibilidade de conjugar as preocupações apresentadas pela plataforma "com as posições de quem quer construir o aeroporto", José Manuel Carpinteiro disse que "falta apenas receber o Estudo de Impacto Ambiental".
Joana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda (BE), não compreende a decisão do Governo, apelidando-a de "solução 'low-cost' (baixo custo)".
De acordo com a deputada, a "solução precipitada" não tem como resultar a longo prazo, porque "traz imensos prejuízos para a população".
"Preocupa-nos esta decisão de fazer um aeroporto numa zona urbana consolidada", salientou, acrescentando que a área é dotada de postos de combustível e zonas industriais "muito perto do aeroporto.
O deputado do Partido Comunista Português (PCP) Bruno Dias esclareceu que a pista que é utilizada hoje no Montijo não é a mesma que vai ser utilizada se se der a construção do novo aeroporto, que se localiza "mesmo junto ao estuário do Tejo".
A possível construção ou alargamento das pistas necessárias para a funcionalidade do aeroporto no Montijo leva a que estas fiquem "praticamente em cima das zonas habitacionais e industriais", referiu.
A "Plataforma Cívica Aeroporto BA6 -- Montijo NÃO!" reforçou durante toda a intervenção que "a Base Aérea do Montijo não é um aeroporto" e "tem regras e aeronaves diferentes", sendo que o envolvente apresenta muitas árvores e aves que considera um perigo para os voos baixos dos aviões.
"Alcochete é a alternativa estudada", já com "estudos de impacto ambiental favoráveis", sublinhou o movimento.
A ANA - Aeroportos de Portugal e o Estado assinaram em 08 de janeiro o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, que prevê um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 e inclui a extensão da atual estrutura Humberto Delgado (em Lisboa) e a transformação da base aérea do Montijo.
Em 04 de janeiro, o então ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, assegurou que serão cumpridas integralmente as eventuais medidas de mitigação que venham a ser definidas pelo estudo de impacto ambiental para o aeroporto complementar do Montijo.
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