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Prevenção Rodoviária defende "mais e melhor fiscalização" aos condutores

O presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP) defendeu hoje "mais e melhor fiscalização" aos condutores, considerando as atuais operações 'stop' burocráticas e incapazes de inspecionar as manobras perigosas.

Prevenção Rodoviária defende "mais e melhor fiscalização" aos condutores
Notícias ao Minuto

17:31 - 09/04/19 por Lusa

País PRP

"Não há quase fiscalização às manobras de risco. O sistema é burocrático e as grandes operações 'stop' servem apenas para ver a documentação", disse José Miguel Trigoso na conferência "Indemnização do Dano Corporal" organizada pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS).

No painel com o tema "tendências da sinistralidade rodoviária. Sinistralidade urbana. Sinistralidade de peões, ciclistas e outros utentes da estrada. Evoluções nos padrões de segurança dos automóveis", o mesmo responsável defendeu "mais e melhor fiscalização", considerando que "ela é pouca e má".

No final da intervenção, o presidente da PRP disse à agência Lusa que "há efetivamente uma falta de intensidade de fiscalização" e que nas operações 'stop' só é fiscalizado a utilização do colete e triângulo, seguro e inspeção, além do álcool.

"Tirando o álcool é fundamentalmente uma inspeção burocrática, de logística", precisou, frisando que "uma operação 'stop' não permite uma fiscalização a determinado tipo de comportamentos", como ultrapassagens com manobras perigosas, mudança de direção sem sinal e passagens em sentidos proibidos ou em sinais vermelho.

José Miguel Trigoso considerou que este tipo de manobras perigosas "não se consegue [ver] numa operação stop", apesar de ser uma "fiscalização, em termos de segurança rodoviária, muito mais importante".

Ressalvando que não se "resolve tudo com o problema da fiscalização", considerou que o número de acidentes rodoviários pode ser alterado quando são "melhorados os comportamentos dos utentes das vias" através do respeito e cumprimento das regras.

O mesmo responsável criticou também o sistema de contraordenações.

"Quando são levantados os autos tem de haver rapidamente consequências e não há. Uma pessoa é apanhada em excesso de velocidade ou com álcool e depois espera um ou dois anos para que aconteça alguma coisa, isto é contrário a tudo o que as boas práticas recomendam", disse.

José Miguel Trigoso frisou que "o sistema tem de ser montado e eficaz o suficiente para que, num prazo muito curto, existam decisões e a pessoa seja punida e tenha consequências com a falta que cometeu".

O presidente da PRP disse ainda que Portugal tem os níveis mais baixos de toda a Europa em relação à frequência de autos levantados por excesso de velocidade.

"Não estou a defender que as coisas se resolvam só por aí, mas é um instrumento importante e nós temos um problema complicado de excesso de velocidade, nomeadamente nos interiores das localidades, onde pequenas diferenças tem consequências muito grandes", sustentou.

Segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), o número de acidentes nas estradas portuguesas diminuiu (menos 788) nos primeiros três meses do ano relativamente ao período homólogo de 2018, com um total de 31.173 desastres, mas registaram-se mais vítimas mortais.

No primeiro trimestre do ano, 116 pessoas morreram nas estradas portuguesas, mais quatro relativamente ao mesmo período do ano passado (112).

No que diz respeito aos feridos graves, entre 01 de janeiro e 31 de março, foram registados 454, mais 62 do que em igual período de 2018.

No ano passado, 513 pessoas morreram em acidentes rodoviários, mais três do que em 2017, registando-se uma subida pelo segundo ano consecutivo do número de mortos, tendo também subido os desastres.

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