Primeira demissão no Governo à boleia da polémica das relações familiares
Primo do secretário de Estado do Ambiente já pediu a demissão.
© Orlando Almeida / Global Imagens
Política Executivo
As polémicas relações familiares no seio do Governo de António Costa, que tanto têm dado que falar nos últimos dias, provocaram, esta quarta-feira, a primeira demissão nos gabinetes do Executivo em funções.
De acordo com o Observador, em setembro de 2016, o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, nomeou o primo, Armindo dos Santos Alves, para adjunto do seu gabinete. Ao ser confrontado com estas informações, o Ministério do Ambiente decidiu discutir o assunto e Armindo dos Santos Alves pediu hoje a demissão.
Fonte do Ministério do Ambiente terá garantido à mesma publicação que o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, "não sabia da existência desta relação familiar".
Fonte da tutela já confirmou a informação à agência Lusa. "O ministro do Ambiente soube ontem [terça-feira] (da existência de uma relação familiar entre o secretário de Estado e o seu adjunto, quando foi confrontado pelo jornal Observador)", garantiu.
Armindo Alves, que é primo do secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, pediu a exoneração de funções logo que se soube da notícia, acrescentou.
O pedido de exoneração acontece numa altura em que a oposição questiona as relações familiares entre membros do Executivo.
Recorde-se que a polémica tem vindo a subir de tom, uma vez que além das ligações diretas familiares no Executivo já há muito conhecidas - Ana Paula Vitorino e Eduardo Cabrita, que são casados, e de José e Mariana Vieira da Silva, pai e filha - têm vindo a ser noticiados vários casos de nomeações de familiares de ministros e secretários de Estado do Governo para gabinetes de governantes e altos cargos públicos.
O caso mereceu também já comentários quer do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, quer do anterior, Cavaco Silva.
Já António Costa tem vindo a desvalorizar a celeuma, sinalizando, num primeiro momento através de uma declaração escrita, "que nada mudou desde a formação original do Governo. Pelo que, não só não há qualquer novidade em relação ao tema, como a experiência destes três anos provou não ter havido qualquer problema com estas duas coincidências”, frisou, numa alusão à relação entre Eduardo Cabrita e Ana Paula Vitorino, e entre José Vieira da Silva e Mariana Vieira da Silva.
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