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Manuel Graça Dias pensava a "cidade para as pessoas"

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamentou hoje a morte do arquiteto Manuel Graça Dias, no domingo à noite, e, deste modo, o desaparecimento de "um pensador da cidade para as pessoas e da arquitetura enquanto disciplina estética".

Manuel Graça Dias pensava a "cidade para as pessoas"
Notícias ao Minuto

11:40 - 25/03/19 por Lusa

País Óbito

Em comunicado, a ministra recorda que Manuel Graça Dias abriu, com Egas José Vieira, o atelier Contemporânea, que constituiu "uma das mais influentes assinaturas da arquitetura contemporânea em edifícios públicos que revelam uma preocupação sobre a passagem do tempo enquanto elemento constitutivo de uma relação atenta aos usos diferenciados e às transformações estéticas, sociais e urbanísticas das cidades".

"Devemos-lhe a assinatura de obras como a sede da Associação dos Arquitetos Portugueses (1991), em Lisboa, o Teatro Municipal de Almada (2005), a Escola de Música, Artes e Ofícios de Chaves (2004-2008) e, mais recentemente, a requalificação do Teatro Lu.Ca(2018), em Lisboa", destacou.

Ao longo dos anos, Manuel Graça Dias foi acompanhando a evolução das cidades através de projetos que propunham reorganizações do espaço público, adaptando, concebendo ou estruturando os seus projetos, tornando-os estéticos e funcionais.

"A originalidades dos interiores e a alegria da cor foram, simultaneamente, uma marca do seu trabalho, numa atenção à conjugação dos detalhes, que pode ser vista e vivida, por exemplo, no restaurante italiano Casanostra, em Lisboa, ou no azul do Teatro, em Almada", destacou a governante.

Foi com o Pavilhão de Portugal, na Exposição Universal de Sevilha, em 1992, que o arquiteto ficou reconhecido como tendo marcado "definitivamente o pós-modernismo português".

Arquiteto, mas também professor, teórico, curador e "empenhado defensor de uma política para a arquitetura", Manuel Graça Dias era atualmente professor na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto e na Universidade Autónoma de Lisboa.

Graça Dias foi também "um comunicador por excelência", tendo escrito com regularidade em jornais como O Independente e o Expresso, mas também em revistas como a Arquitectura Portuguesa ou o Jornal dos Arquitectos, do qual foi diretor, recordou Graça Fonseca.

Foi autor do programa quinzenal 'Ver Artes/Arquitetura', na RTP2, entre 1992 e 1996, colaborador da rádio TSF onde, destacando-se o programa 'Ao Volante pela Cidade', composto de conversas, em forma de percurso urbano, e do semanário Expresso, na área da crítica de arquitetura (2001/2006).

Graça Dias recebeu, com Egas José Vieira, o Prémio de Arquitetura AICA/Ministério da Cultura, de 1999, pelo conjunto da sua obra construída.

Manuel Graça Dias morreu no domingo à noite, num hospital de Lisboa, aos 66 anos. O velório realiza-se hoje à tarde na Basílica da Estrela, em Lisboa.

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