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Alterações climáticas obrigam a "trabalhar intensamente"

O ministro da Administração Interna disse hoje que as alterações climáticas e os fenómenos que têm acontecido obrigam a "trabalhar intensamente já hoje", mas que os resultados só se verão "daqui a uma ou duas gerações".

Alterações climáticas obrigam a "trabalhar intensamente"
Notícias ao Minuto

20:07 - 22/03/19 por Lusa

País MAI

"O que aconteceu em 2017 [incêndios] mudou, radicalmente, a perceção e a forma de a sociedade portuguesa olhar para estes fenómenos. Temos desafios que se colocam a três tempos, a curto, médio e longo prazos", considerou Eduardo Cabrita.

O governante falava em Tondela, distrito de Viseu, na apresentação da Plataforma de Emergência e Proteção Civil Intermunicipal das regiões de Coimbra e Viseu Dão Lafões.

"A longo prazo, quando olhamos para a necessidade de responder às alterações climáticas, à necessidade de reforma do modelo florestal ou de agir sobre os riscos que a desertificação comporta para as pessoas, mas também para os territórios", continuou Eduardo Cabrita.

Segundo o governante, em 2018, "registou-se uma redução de 68% em área ardida relativamente à década anterior", o que, no seu entender é o resultado das "respostas dadas a curto prazo" e, por isso, o que é necessário "é fazer agora ainda mais e melhor".

Neste sentido, defendeu ser "necessário alertar", porque "é preciso que se esteja atento, percebendo que a única resposta de homenagear as vítimas de 2017 [cerca de 100 vítimas mortais nos fogos], é não dormir sobre os resultados de 2018".

"Sabemos que essas alterações a longo prazo obrigam-nos a trabalhar intensamente hoje, mas não teremos resultados neste verão, nem no próximo, se não daqui a uma ou duas gerações, mas isso não nos dispensa de agir já, como dramaticamente se está a ver", alertou, dando vários exemplos, incluindo o do ciclone Idai, em Moçambique.

O ministro elogiou ainda o trabalho dos 33 concelhos envolvidos na Plataforma de Emergência e Proteção Civil Intermunicipal das regiões de Coimbra e Viseu Dão Lafões.

"Todos estamos conscientemente preocupados com aquilo a que queremos dar resposta no próximo verão. Temos de perceber que o melhor investimento que se faz no combate às situações extremas é o investimento na cautela, é o investimento na prevenção de risco, é o investimento no cruzamento de informação que permita a todos saber o que fazer", referiu Eduardo Cabrita.

Entre as situações extremas, o governante destacou os incêndios rurais e considerou que para este investimento na cautela "a questão não está só em dinheiro ou em meios humanos, é preciso conhecimento, conhecimento científico que permita antecipar a resposta às ocorrências".

O ministro destacou ainda o papel das comunidades intermunicipais.

"Passaram de um olhar para o umbigo de cada concelho, para um trabalho a 19 ou a 14, e estão aqui os 33 municípios destas duas sub-regiões, que estão a trabalhar em conjunto, quer na videovigilância, quer na plataforma de georreferenciação de emergência e proteção civil, a trabalhar numa escala que entenderam era a mais adequada para responder a riscos que de facto não têm limites administrativos", acrescentou.

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